Organizações estudantis, sindicatos e movimentos populares prometem ir às ruas no próximo sábado (29) para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As manifestações estão previstas para acontecer em mais de 130 cidades das cinco regiões do Brasil e até mesmo fora do país, como por exemplo, em Nova Iorque, Paris, Berlim, Lisboa e Barcelona.
Segundo Marcos Antônio Freitas de Araújo, integrante da Consulta Popular e da Frente Brasil Popular, o principal objetivo dos atos é cobrar justiça pelas mais de 450 mil vidas perdidas durante a pandemia de coronavírus no país.
“A gente fica se perguntando quantas dessas vidas poderiam ter sido salvas se o Governo Federal tivesse apresentado um comportamento adequado diante da pandemia. Porque milhares dessas vidas de filhos, pais e mães de família poderiam ter sido preservadas se a gente, por exemplo, já tivesse começado a vacinar a nossa população desde ano passado”, comenta.
Na pauta dos atos também estão a cobrança pelo auxílio emergencial de R$600, a proteção às pequenas empresas para garantia de emprego, a adoção e o estímulo por parte do Governo de medidas sanitárias como o uso da máscara, a higienização das mãos e o isolamento social, e – o principal – a vacinação em massa da população brasileira. Inclusive, um dos motes que tem sido repetido nas recentes manifestações é: “Vacina no braço e comida no prato!”
Outro ponto importante dos protestos é a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a luta contra a privatização de empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento nacional como a Eletrobras e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Recomendações
Sobre os riscos de promover manifestações no meio da pandemia de coronavírus, Marcos explica que os atos devem ocorrer em locais abertos e ventilados e que uma série de recomendações sanitárias tem sido lembradas pelos organizadores. A primeira delas é que só saiam para as ruas, as pessoas que não possuem qualquer tipo de comorbidade como, por exemplo, diabetes, doenças pulmonares, hipertensão ou idade avançada. Além disso, tem sido recomendados o uso constante de máscaras PFF2 e N95, de álcool em gel e o distanciamento mínimo de dois metros entre os manifestantes.
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Ainda sobre o cenário atual da pandemia, Marcos lembra que: “Se um povo protesta e marcha em meio a uma pandemia, é porque seu governo é mais perigoso que o vírus. E o governo brasileiro provou que é muito perigoso! Nós estamos saindo para a rua por isso: por vacina, por comida, por emprego. Porque o Governo tem se mostrado incompetente. Não está protegendo a vida, nem protegendo o emprego e muito menos a economia” conclui.
Confira o Guia de Redução de Danos para as manifestações em Tempos de Pandemia elaborado pelo Centro Acadêmico de Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).