Desde o início de abril deste ano, pelo menos 11 pessoas foram mortas pela polícia no Rio de Janeiro. No ano de 2014, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo, a polícia matou 580 pessoas, 40 por cento a mais do que em 2013. O número em 2015 foi ainda maior: 645 mortos. Somente na capital, a violência policial tirou a vida de 307 pessoas no ano passado, ou seja, um em cada cinco homicídios cometidos na cidade foram praticados por policiais em serviço.
No marco dos 100 dias para as Olimpíadas, a Anistia Internacional traz à tona a necessidade de a cidade-sede olhar para a questão da segurança pública. Para isso, uma das ações realizadas foi uma reunião com o Comitê Olímpico Internacional (COI) no último dia 22 de abril.
De acordo com Renata Neder, assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil, o objetivo do encontro foi apresentar para o Comitê as preocupações com os impactos negativos sofridos pelas sedes de megaeventos esportivos. No caso específico das Olimpíadas no Rio de Janeiro, Renata conta que foi apresentada a preocupação com a repressão policial aos protestos, o aumento do número de homicídios em operações policiais durante o ano do megaevento, além do deslocamento das Forças Armadas para exercer o papel da polícia.
Segundo Renata Neder, a organização lançou esta questão a 100 dias das Olimpíadas por acreditar que ainda há tempo de se pensar medidas de combate à violência policial no contexto do megaevento. Apesar de o problema ser estrutural no Rio de Janeiro, a assessora defende a importância das autoridades se posicionarem contra essa conduta. (pulsar)