Facebook Twitter Instagram
    Agência Pulsar Brasil
    Facebook Twitter Instagram Whatsapp
    Amarc
    • Editorias
      • Gênero
      • Direitos Humanos
      • Política
      • Meio Ambiente
      • Internacional
      • Opinião
      • Comunicação
      • Geral
      • Cultura
    • Quem somos
    • Colunistas
    • Notícias da Rede
    • Outras agências
    • AMARC
    Agência Pulsar Brasil
    Você está aqui:Início » “A comunicação comunitária deve debater a sua reinvenção, mas sem abandonar nenhuma plataforma”, destaca pesquisador
    Geral

    “A comunicação comunitária deve debater a sua reinvenção, mas sem abandonar nenhuma plataforma”, destaca pesquisador

    maio 10, 2019Atualização:abril 22, 2021Nenhum comentário5 min para ler
    https://www.radiotube.org.br/audio_novo.php?a=https://d1pf7bljyxxy7j.cloudfront.net/radiotube/167BhOtv5jqYGdChYR.mp3

    A Pulsar Brasil inicia a série de entrevistas sobre temas de relevância nacional que estão em curso no país. O nosso primeiro assunto em debate é o direito à comunicação e a situação das rádios comunitárias no atual contexto político brasileiro. O jornalista, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conselheiro político da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC Brasil), Pedro Martins, faz um balanço das políticas públicas e também do futuro da radiodifusão comunitária no país.

    Pulsar: Pedro, uma das últimas medidas adotadas no governo de Michel Temer foi extinguir a autorização de outorga de mais de 130 rádios comunitárias no Brasil sob a alegação de que funcionavam de maneira irregular. Qual a sua avaliação desses 3 meses de governo Bolsonaro no que tange à política do direito à comunicação e da radiodifusão comunitária?

    Pedro: Eu acho que não tem como a gente avaliar as políticas de comunicação do governo Bolsonaro sem falar do que foi o golpe de 2016 que tirou a presidenta legítima, a Dilma, para colocar o [Michel] Temer,  ele acaba com o Ministério das Comunicações e já dá um passo para termos perdas nas políticas de comunicação. Teve intervenção na EBC [Empresa Brasil de Comunicação]. Há críticas à formação da EBC, mas ela tinha um caráter de participação importante. E isso vai atingir também os setores das rádios comunitárias e da comunicação popular. Vemos um cenário de baixa intensidade de liberdade de expressão, de retirada de liberdade democrática.

    O Bolsonaro persegue aqueles que tenham uma linha de pensamento ideológica oposta aos seus pensamentos fanáticos. E isso vai se refletindo nas rádios comunitárias. Hoje, a nossa preocupação é a entrada do setor neopentecostal, que é a base de sustentação do Bolsonaro neste campo, tentando eliminar o que tem de participação popular, de construção democrática das rádios comunitárias, porque a rádio comunitária é comunitária por todos participarem.  Algumas questões que são apontadas pra gente são bem difíceis, ao mesmo tempo, temos novos desafios. Os comunicadores comprometidos com a democracia  têm um papel de se reinventar num cenário que se caracteriza por um discurso fanático de perseguição dos que são de oposição ao governo. O mais importante neste momento são os desafios de mobilização. Eu acho que a experiência da comunicação comunitária e, não só das rádios, pode ser retomada neste sentido.

    Pedro, o governo Bolsonaro tem uma forte ligação com o setor evangélico e sabemos que há o interesse em boa parte das igrejas em explorar também o serviço de radiodifusão comunitária. Na sua percepção, qual o impacto que essa relação estreita entre lideranças religiosas neopentecostais e o governo Bolsonaro pode resultar?

    Essa combinação tenta avançar para os meios de comunicação.  A gente já vê neste início de governo Bolsonaro  a empresa que mais recebeu verba de publicidade do governo foi a Record, que é controlada pela Igreja Universal do Reino de Deus, pelo Edir Macedo. O próprio Supremo [Supremo Tribunal Federal] abriu um espaço para que as igrejas neopentecostais entrassem no setor de rádios comunitárias.

    Em 2002, elas perdem uma liminar pedindo o direito ao proselitismo religioso dizendo que proibir seria contra a liberdade de expressão. Isso volta ao STF no ano passado. O relator, que era o ministro Alexandre de Morais, dá um parecer contrário, mas o Supremo aprova a liberação do proselitismo com a argumentação de que a liberdade de expressão estaria sendo vetada. E, paralelamente a isso, vemos um projeto que, a princípio, é positivo para as rádios comunitárias, aumentando as potências das emissoras de 25 para 150 watts  e aumentando o número de canais de um pra dois sendo debatido no Congresso e avançando.

    Por que o estranhamento do momento que ele [o projeto] acontece, apesar de ser uma pauta positiva para as rádios comunitárias? Em 2012, o mesmo Congresso negou aumentar a potência das rádios para 100 watts por lobby da Abert [ Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão]. Então, está havendo uma movimentação no campo político para as igrejas neopentecostais abocanharem esse lugar e ganharem mais poder no cenário político brasileiro expandindo a sua comunicação através de meios como a Record e, agora, com o apoio do governo federal com essa aliança com o Bolsonaro.

    Com a força das redes sociais nos últimos  tempos, o questionamento sobre o papel desempenhado pelas rádios comunitárias tem sido colocado cada vez mais em xeque. Diante do atual cenário, qual o futuro das emissoras comunitárias no Brasil? Elas precisam se reinventar?

    Não podemos abrir mão de nenhuma possibilidade de comunicação. Em muitos lugares do Brasil o acesso à internet é precário. Somos um país em quem apenas 50% das pessoas têm acesso à internet e, em grande maioria, os acessos se dão pelos celulares  e não por uma internet de qualidade com acesso à diversidade. As pessoas frequentam mais as redes sociais, como o Facebook.

    Em alguns pontos vemos transformações ocorrendo em mídias comunitárias como, por exemplo, coletivos de comunicação que têm a sua comunicação muito fortalecida pelas redes sociais. Temos que aprender com essas iniciativas, como o Coletivo Papo Reto no  Alemão[Complexo do Alemão] e o coletivo da Maré [Conjunto de Favelas da Maré] que têm se comunicado na internet e outros coletivos de favela que cumprem um papel muito importante para ressignificar a comunicação comunitária, mas, o mais importante é entender que a comunicação comunitária é mobilização e eu acho que ela deve debater a sua reinvenção, a sua intervenção  na sociedade, mas sem abandonar nenhuma plataforma. Ao passo que a gente tem uma dificuldade de mobilização das rádios comunitárias, temos um debate também sobre a digitalização do rádio que vai virar uma plataforma multimidiática, com multiprogramação, a recepção do rádio vai mudar. Precisamos fazer esse debate. Como se constrói uma rádio comunitária num ambiente digital com essas possibilidades que se abrem? (pulsar)

    *Entrevista concedida à jornalista Jaqueline Deister 

    Compartilhe! Facebook Twitter WhatsApp
    Agência Pulsar
    • Website

    Posts Relacionados

    Escravidão contemporânea: Brasil teve mais de 2,5 mil trabalhadores resgatados em 2022

    “Ainda há muitas perguntas sem respostas”, afirmam indígenas após indiciamento de mandante dos assassinatos de Dom e Bruno

    Atingidos por barragens protestam por reparação e justiça após quatro anos do crime da Vale em Brumadinho (MG)

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    Mais recentes
    janeiro 27, 2023

    Escravidão contemporânea: Brasil teve mais de 2,5 mil trabalhadores resgatados em 2022

    janeiro 26, 2023

    “Ainda há muitas perguntas sem respostas”, afirmam indígenas após indiciamento de mandante dos assassinatos de Dom e Bruno

    janeiro 25, 2023

    Atingidos por barragens protestam por reparação e justiça após quatro anos do crime da Vale em Brumadinho (MG)

    janeiro 24, 2023

    “Quem controla a mídia?”: Intervozes faz pré-lançamento de livro no Fórum Social Mundial 2023

    Mais lidos
    • “Quem controla a mídia?”: Intervozes faz pré-lançamento de livro no Fórum Social Mundial 2023
    • Violência contra a mulher: Brasil ocupa 5° lugar no ranking mundial de feminicídios
    • Governo Federal dá início a ações emergenciais de apoio aos povos Yanomami
    • Após repercussão, Polícia Federal investiga estupro e morte de menina indígena em Terra Yanomami
    • Inscrições abertas para mais de 280 canais de rádios comunitárias em todo Brasil
    Podcast
    junho 20, 20220

    Pulsar Brasil lança série de podcast sobre a participação de mulheres na política brasileira

    Educação
    maio 12, 20220

    Enem 2022: Inscrições abertas até o dia 21 de maio

    Geral
    abril 22, 20220

    Entenda o indulto concedido por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira

    Geral
    março 15, 20220

    Com nova alta de preços, custo da cesta básica consome 56% da renda de quem recebe um salário mínimo

    Gênero
    março 8, 20220

    8M: “Estamos fortalecidas e vamos, sim, mudar o mundo”, afirmam comunicadoras da Amarc

    Coberturas especiais
    fevereiro 11, 20220

    Dia Mundial do Rádio: Comunicadores comunitários falam sobre a importância do “avô das mídias” nos dias de hoje

    • Facebook
    • Twitter
    Agência Informativa Pulsar Brasil
    Um programa da Amarc Brasil

    QUEM SOMOS contato@agenciapulsarbrasil.org

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.