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    Geral

    Aniversário de 60 anos da FASE é marcado por debate sobre os desafios para a retomada do Brasil

    Encerramento das comemorações ocorre na sexta-feira (29) com homenagem ao socioambientalista e educador popular Jean Pierre Leroy
    abril 28, 2022Nenhum comentário5 min para ler
    Mesa sobre “Política contra a desigualdade e as falsas soluções econômicas” no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (Foto: Hélio Melo)

    A comemoração dos 60 anos da Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional (FASE) começou na última quarta-feira (27) e se estende até sexta-feira (29) na cidade do Rio de Janeiro. O evento presencial é marcado por dois debates sobre a retomada do Brasil e uma homenagem a Jean Pierre Leroy, o socioambientalista e educador popular morto em 2016. Leroy integrou a equipe da FASE por 40 anos e é uma referência na luta pela garantia da justiça ambiental e dos direitos humanos no país.

    A diretora executiva nacional da FASE, Letícia Tura, destaca que a celebração pelas seis décadas da instituição significa, acima de tudo, a luta da sociedade civil contra os retrocessos de direitos, as desigualdades e injustiças sociais. Na avaliação de Tura, o evento de aniversário da organização é uma oportunidade de debater o modelo de Brasil para o futuro.

    “Pensamos que é importante ter debate público para que pudéssemos refletir em que retomada queremos no Brasil. Por isso falamos de ‘retomada para quem e para quê?’. Para quem se destinam as propostas de reconstrução? É para a gente continuar mais do mesmo? Ou é para a gente buscar rupturas com a desigualdade da sociedade brasileira? Acreditamos que uma retomada tem que ser de combate ao fascismo, com uma democracia verdadeira e sem desigualdade de raça, de gênero, de etnia e de classe”, enfatizou Tura à Pulsar.

    Brasil em xeque

    A abertura do encontro ocorreu no Colégio Brasileiro de Altos Estudos, no bairro do Flamengo, com a mesa “Política contra a desigualdade e as falsas soluções econômicas”. Átila Roque, da Fundação Ford, iniciou o debate refletindo sobre o avanço da extrema-direita e sua a capacidade de mobilização a partir do ódio.

    “Estamos diante de um cenário em que o pior de nós foi mobilizado. As nossas piores paixões foram mobilizadas e, entre essas paixões, têm duas delas que são o racismo e a violência. Ainda que isso não seja novo, talvez, pela primeira vez na nossa história, o racismo e a violência passaram a reivindicar um lugar central no estado”, ponderou Roque.

    Ainda sobre os efeitos sociais e políticos em curso nos últimos seis anos, o professor Eduardo Costa Pinto, da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pontuou que a reconstrução do Brasil não se resume ao processo eleitoral deste ano e que a crise no país está posta desde 2011, quando os lucros da elite econômica começaram a reduzir. Segundo o economista, será impossível fazer um governo progressista com conciliação de classe e a solução estará nas lutas políticas.

    “A burguesia não aceita perder lucro. Estamos em aberto, ninguém tem clara a trajetória. A ideia é empurrar cada vez mais para lutas políticas que vão além da questão eleitoral. O governo do PT [Partido dos Trabalhadores] será de embate permanente. É preciso ousadia, coragem e renovação”, salientou.

    Leia também: Desafio da frente ampla é também o fortalecimento da classe trabalhadora, diz cientista política

    Economia do cuidado

    Já Luiza Nassif Pires, pesquisadora do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da Universidade de São Paulo (USP), questionou a política fiscal do país e alertou para a chamada economia do cuidado, que inclui o trabalho doméstico, o serviço prestado por cuidadores de idosos e por profissionais que atuam em creches e berçários, por exemplo.

    “A nossa economia funciona de uma forma que delegou às famílias o cuidado para que a mão de obra exista. Com a redução do salário, as famílias têm mais dificuldade em prover cuidado e isso gera uma cadeia de exploração. A desigualdade serve às elites [econômicas], ” disse Pires, que salientou ainda que o Estado deveria investir neste setor para garantir melhores oportunidades de trabalho.

    “O investimento em Saúde Pública e Educação gera mais empregos para mulheres brancas e negras. Não há nada que seja mais alicerce do que o cuidado. Uma das grandes coisas que temos trazido é a possibilidade do investimento em infraestrutura de cuidado, como forma de solucionar a crise do setor”, explicou.

    Neutralidade climática

    A discussão também passou pelo meio ambiente ao tratar sobre os impactos da neutralidade climática, ou seja, a eliminação de combustíveis fósseis e outras fontes de emissão de gás carbônico nos setores do transporte, indústria e geração de energia.

    De acordo com Mônica Bruckman, professora de Ciência Política da UFRJ, a forma como tem sido implementado o modelo de desenvolvimento com menos carbono gera um alto impacto nos países latino-americanos, porque aumenta o consumo de minerais como o lítio e o alumínio, afetando diretamente as populações originárias e as florestas da região.

    “Você vai descarbonizar a economia e ampliar a devastação ambiental em países periféricos como o Brasil e os países latinos. Isso significa expulsar populações locais de seus territórios que passarão a entrar para os grandes cordões de miséria”, salientou a pesquisadora.

    Leia também: Organizações lançam relatório que analisa a atuação de gigantes da mineração em terras indígenas

    Na avaliação de Bruckman esse modelo de desenvolvimento beneficia apenas o norte global e gera muito prejuízo para os países periféricos.

    “Se a gente extrai petróleo e lítio é para beneficiar as populações dos nossos países? De que desenvolvimento estamos falando ? O desafio é pensar o projeto de desenvolvimento que queremos”, ressaltou.

    Nesta quinta-feira (28), a FASE segue o debate sobre os desafios da retomada do Brasil com a mesa “Participação social e as apostas para um novo país”. O encerramento das comemorações ocorre na sexta-feira (29), na Câmara dos Vereadores do Rio, com a entrega do Prêmio Cidadão Carioca (post-mortem) a Jean Pierre Leroy.

    Edição: Filipe Cabral

    60 anos ambiente economia FASE Jean Pierre Leroy politica
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    Jaqueline Deister

    Editora da Agência Pulsar Brasil.

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