Por Redação
Após atacar os homossexuais no programa “Alerta Nacional” exibido pela Rede TV! na última sexta-feira (25), o apresentador Sikêra Jr perdeu o patrocínio de pelo menos seis empresas. MRV, Ford, Hapvida disseram em suas redes sociais que deixarão de veicular anúncios no programa. Já Nívea, Tim e Magazine Luiza afirmaram que bloquearão a publicidade no canal do “Alerta Nacional” no YouTube. A informação é do portal Metrópoles.
A agressão à população homossexual ocorreu devido a uma publicidade lançada pela rede de fast food Burger King para o Dia do Orgulho LGBTQIA+, celebrado na segunda-feira (28). Veiculado apenas na internet, o filme “Como Explicar”, mostra filhos de casais homoafetivos contando como são suas famílias. As respostas são espontâneas.
Ao se referir ao curta-metragem, o apresentador disse: “A gente está calado, engolindo, engolindo essa raça desgraçada que quer que a gente aceite que a criança… deixe as crianças, rapaz!”
A saída das empresas anunciantes no programa começou após a campanha #desmonetizasikera lançada pelo Sleeping Giants Brasil pedindo o fim do financiamento do programa apresentado por Sikêra. A iniciativa tem ganhado forte repercussão nas redes.
“Já pensou ter um filho viado e não poder matar?"
"Raça desgraçada"
"Vocês são nojentos"E QUEM PAGA ESSA CONTA? Ajude-nos a alertar as empresas para que nesse Dia Internacional do Orgulho LGBT façamos mais do que trocar a foto do perfil!✊??️?#DesmonetizaSikera pic.twitter.com/JfMxXXOQnj
— Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) June 28, 2021
De acordo com o portal Metrópoles, o movimento Sleeping Giants Brasil tem pressionado marcas como Caixa, BMW, Ultrafarma, Seara, Americanas, Sky, Sorridents a abandonarem Sikêra.
Na Justiça
Na última segunda-feira (28), o Ministério Público Federal (MPF) e o Nuances – Grupo Pela Livre Expressão Sexual entraram com uma ação civil pública contra o apresentador e a emissora.
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A ação pede que a Rede TV! e Sikêra Jr sejam condenados ao pagamento de R$ 10 milhões a título de indenização por danos morais coletivos – valor a ser destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+.
Além da indenização, a ação civil pública também requer a exclusão da íntegra do programa que foi veiculado em 25 de junho de 2021 de seus sites e redes sociais e que tanto a emissora como seu apresentador sejam obrigados a publicar retratação pelos mesmos meios e mesmo tempo e em idêntico horário, especificando tratar-se de condenação judicial imposta nos autos da ação. A postagem deve permanecer nos sites da empresa pelo prazo mínimo de um ano.