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    Opinião

    Artigo | A rua unida jamais será vencida!

    A questão da população em situação de rua não é meramente pessoal, mas sobretudo estrutural
    julho 15, 2022Nenhum comentário5 min para ler
    No Brasil, 33,1 milhões de pessoas estão passando fome (Foto: Coordenação do Festival e Seminário da População em Situação de Rua)

    * Por Frei Marcos Sassatelli

    A equipe de coordenação do Movimento Nacional da População em Situação de Rua de Goiás (MNPR-GO), animada por Eduardo de Matos, que esteve em situação de rua por um período da vida, com o apoio de movimentos sociais populares, organizações de defesa e promoção dos direitos humanos, da Irmã Mãe Terra Nossa Casa Comum e também do Ministério Público de Goiás (MPGO), promoveu o “Festival da Cultura e Inclusão da População em Situação de Rua”, que ocorreu nos dias 6 e 7 de julho na Rua do Lazer, no Centro, de Goiânia e o “VI Seminário Povos de Rua: resistência, arte, liberdade e cuidados – a construção da cidadania com os Povos de Rua”, realizado no dia 8, no Auditório do MPGO, também em Goiânia.

    No seminário foram debatidos e aprofundados diversos temas, como: o direito de ser cuidado nos espaços de rua; os direitos dos usuários de drogas que vivem na rua; população em situação de rua, movimentos sociais populares e direitos humanos; e Estado e políticas públicas garantindo cuidados e defendendo a vida nos espaços da cidade.

    O seminário, por sinal muito bem organizado, renovou a esperança dos nossos irmãos e irmãs que vivem em situação de rua e de todos nós, seus apoiadores e apoiadoras, que também participamos.

    A questão da população em situação de rua, como nos lembrou Padre Júlio Lancelotti, da Pastoral de Rua de São Paulo, não é meramente pessoal, mas sobretudo estrutural. Vivemos numa sociedade estruturalmente injusta e desigual. O sistema econômico capitalista neoliberal é iníquo: não só explora, mas descarta os trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo os mais pobres, como se fossem lixo.

    A produção de miséria

    Segundo Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) lançado no último dia 6, “o total de pessoas afetadas pela fome em todo o mundo aumentou em 150 milhões desde o início da pandemia da Covid-19, alcançando 828 milhões em 2021”. No Brasil, segundo levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), temos atualmente 33,1 milhões de pessoas passando fome. Que perversidade humana!

    Precisamos, unidos/as e organizados/as, lutar para mudar esse sistema, construindo uma nova sociedade, um mundo novo de irmãos e irmãs, Filhos e Filhas do mesmo Pai-Mãe que é Deus.

    “Hoje, ao fenômeno da exploração e da opressão, soma-se uma nova dimensão, um matiz gráfico e duro da injustiça social; os que não podem ser integrados, os excluídos são resíduos, ‘sobrantes’. Essa é a cultura do descarte (…). Isso acontece quando, no centro de um sistema econômico, está o deus dinheiro e não o ser humano, a pessoa humana. Sim, no centro de todo sistema social ou econômico, tem que estar a pessoa, imagem de Deus, criada para dar o nome às coisas do universo. Quando a pessoa é deslocada e vem o deus dinheiro, acontece essa inversão de valores”, disse o Papa Francisco durante o 1º Encontro Mundial de Movimentos Populares  (EMMP), realizado em 2014, em Roma, na Itália.

    No segundo encontro, ocorrido no ano seguinte, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o pontífice seguiu fazendo duras críticas ao capitalismo.

    “Pergunto-me se somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global. Reconhecemos que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza? Se é assim – insisto – digamo-lo sem medo: queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos. E nem sequer o suporta a Terra, a Irmã Mãe Terra, como dizia São Francisco”, ressaltou o papa.

    O povo em primeiro lugar

    Durante o seminário, num intervalo, as pessoas em situação de rua e seus apoiadores/as fizeram uma fila com as mãos nos ombros e, parafraseando o canto-refrão “o povo unido jamais será vencido”, cantaram com toda força: “a rua unida jamais será vencida”. O canto-refrão nos emocionou a todos e todas. É verdade! O povo, em primeiro lugar, é a “rua”, “o povo na rua e da rua”!

    Esse canto-refrão “a rua unida jamais será vencida” suscitou em mim, como um forte apelo, o desejo de dar uma sugestão: vamos promover anualmente, com esse canto-refrão como lema, uma grande mobilização no Brasil inteiro coordenada pelo Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), com o apoio e a solidariedade dos movimentos sociais populares, sobretudo dos movimentos pelo direito à moradia, que defendem as ocupações, como o Movimento de Trabalhadores/as por Direitos (MTD), Movimento de Trabalhadores/as Sem Teto (MTST), Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas(MLB).

    Vocês, irmãos e irmãs em situação de rua que, apesar de todas as adversidades, ainda acreditam na vida e lutam para mudar a realidade e exigir seus direitos, são para nós verdadeiros heróis e heroínas.

    Estamos com vocês! Unidos e unidas na luta! A vitória é nossa!

    * Marcos Sassateli é frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção – SP) e professor aposentado de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG).

    **Os artigos de opinião publicados na Pulsar Brasil não emitem necessariamente a linha editorial da agência.

    Edição: Filipe Cabral

    capitalismo dignidade moradia pobreza população em situação de rua
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    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

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