

Começou nesta terça-feira (15), em Brasília (DF), a Marcha das Margaridas 2023. Sob o lema “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”, milhares de mulheres já se encontram na capital federal e participam de atividades que incluem desde plenárias e painéis temáticos até oficinas lúdicas e atividades culturais.
Logo pela manhã, mais de 120 Margaridas participaram de uma Sessão Especial no Senado Federal, em Homenagem a Marcha. Ao longo da cerimônia, os parlamentares revisitaram a história de Margarida Alves e saudaram as mulheres que se deslocaram de diversas regiões do país para representar as reivindicações de milhões de mulheres do campo, das florestas e das águas.
Segundo a diretora de mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado Pernambuco (Fetape) e integrante da Coordenação Ampliada da Marcha, Adriana do Nascimento, a expectativa é de que, neste ano, as demandas apresentadas pelas Margaridas sejam consideradas e atendidas pelo Legislativo e, especialmente, pelo Executivo nacional.
“De junho até hoje a gente tem tido esse diálogo com os Ministérios afins da pauta da Marcha das Margaridas, que é uma pauta muito transversal, não é uma pauta destinada apenas ao Ministério das Mulheres. Desde o início tivemos uma total abertura de diálogo. Inclusive, na entrega da pauta, nunca antes a gente tinha sido recebida por tantos ministros e tantas ministras”, contou à Pulsar.
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Reivindicações
No dia 21 de junho, a organização da Marcha entregou ao governo federal a pauta de reivindicações composta por 13 eixos temáticos, como democracia participativa e soberania popular, poder e participação políticas das mulheres, vida livre de todas as formas de violência e combate ao racismo e ao sexismo.


De acordo com Adriana, as Margaridas esperam que na quarta-feira (16), na cerimônia de encerramento da Marcha, o presidente Lula anuncie ações efetivas e políticas públicas que contemplem questões como: o enfrentamento à violência contra as mulheres, o acesso à terra e ao crédito para produção e a reestruturação de programas de educação do campo nas áreas rurais do país.
“E, é óbvio, nós queremos, mais que nunca, reconstruir os espaços das mulheres no campo, nas águas, nas florestas e também na cidade. Não apenas o acesso às políticas, mas também a esses lugares de incidência política das mulheres, coisa que nos foi negada nos últimos sete anos”, pontuou.
“A nossa perspectiva é que, de fato, sigamos o lema da Marcha. Que a gente possa, nessa gestão, de fato reconstruir o nosso país e trabalhar para ações efetivas pelo Bem Viver de nós mulheres que estamos no campo, que estamos nas águas, que estamos nas florestas e também as mulheres que estão nas comunidades urbanas. Vamos seguir em marcha até que todas sejamos livres”, concluiu a sindicalista.
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Especial
A cobertura jornalística “Especial Margaridas 2023: Mulheres pelo Bem Viver” é uma realização da Agência Informativa Pulsar Brasil, um programa da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil), em parceria com o Centro das Mulheres do Cabo (CMC) e o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese).