Há pouco mais de um ano, no dia 13 de abril de 2020, o editor de imagens José Augusto Nascimento Silva faleceu vítima de Covid-19. Morador do Rio de Janeiro, com 57 anos de idade, Naná, como era conhecido entre os colegas de trabalho no SBT, foi o primeiro jornalista a morrer da doença no país. No mesmo mês outros seis jornalistas também vieram a óbito por coronavírus.
De lá para cá, o Brasil chegou à marca de 169 mortes de jornalistas, tornando-se o país com maior número de jornalistas mortos por Covid-19 no mundo. Os números são do “Dossiê Jornalistas Vitimados pela Covid-19” produzido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Segundo a própria Federação, esse número pode ser ainda maior, pois é possível que haja subnotificação dos casos.
A pesquisa também revela como o recente agravamento da pandemia tem se refletido entre os profissionais da imprensa. De acordo com o dossiê, nos três primeiros meses de 2021 foram registrados 86 casos fatais, número que supera em 8,9% o total de casos em 2020. Apenas em março, o pior mês da sequência, foram registrados 47 óbitos. Tais números elevaram a média total, de abril de 2020 a março de 2021, para 13,6 mortes por mês, praticamente uma a cada dois dias.
Leia mais: Edifício A Noite: da “Era de Ouro” do rádio ao sucateamento planejado
Os estados de São Paulo, Amazonas e Pará lideram o ranking de vítimas com 19 casos cada um. Juntos, os três estados correspondem a 35%, pouco mais de um terço do total. Logo atrás vem os estados do Rio de Janeiro, com 15 óbitos, e Paraná, com 13. Apenas o estado do Acre não tinha nenhum registro até o fechamento da pesquisa.
Para Norian Segatto, diretor do Departamento de Saúde da Fenaj e coordenador da pesquisa: “Os números mostram a urgência de a sociedade se posicionar contra o governo genocida de Jair Bolsonaro, um governo que desrespeita a vida e bate continência para a morte”.