Facebook Twitter Instagram
    Agência Pulsar Brasil
    Facebook Twitter Instagram Whatsapp
    Amarc
    • Editorias
      • Gênero
      • Direitos Humanos
      • Política
      • Meio Ambiente
      • Internacional
      • Opinião
      • Comunicação
      • Geral
      • Cultura
    • Quem somos
    • Colunistas
    • Notícias da Rede
    • Outras agências
    • AMARC
    Agência Pulsar Brasil
    Você está aqui:Início » “Cadê os Yanomami”: O que se sabe sobre o desaparecimento de indígenas em Roraima?
    Povos Originários

    “Cadê os Yanomami”: O que se sabe sobre o desaparecimento de indígenas em Roraima?

    Segundo representante do Condisi-YY, garimpeiros teriam coagido indígenas a não falar sobre o estupro e morte de uma menina de 12 anos para as equipes de investigação que estiveram na aldeia
    maio 4, 2022Nenhum comentário5 min para ler
    Dados do MapBiomas indicam que de 2016 a 2020 o garimpo na TIY cresceu 3.350% (Foto: Victor Moriyama/ISA)

    Redação

    Mais de uma semana após ser divulgado em noticiários de todo o país, o caso do estupro e morte da menina Yanomami de 12 anos na comunidade indígena de Aracaçá, em Roraima, segue sem solução.

    Na última quarta-feira (27), um grupo formado por agentes da Polícia Federal e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Ministério Público Federal (MPF) foram até o local onde supostamente ocorreram os crimes, na região de Waikás, dentro da Terra Indígena Yanomami (TIY), mas encontraram a comunidade completamente vazia e com uma das casas queimadas.

    Além do corpo da jovem, a diligência investigava também o desaparecimento de uma outra criança, de três anos, que, segundo denúncias, teria sido jogada de um barco no rio Uraricoera enquanto a mãe tentava salvar a adolescente das mãos dos garimpeiros.

    Em nota divulgada na última sexta-feira (29), os órgãos federais informaram que “não foram encontrados indícios da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento”. Ainda assim, segundo o MPF, “as diligências demonstraram a necessidade de aprofundamento da investigação, para melhor esclarecimento dos fatos”.

    A falta de respostas sobre os crimes tem provocado, desde então, uma ampla mobilização que inclui desde lideranças indígenas e políticos até artistas e influenciadores digitais. Nos últimos dias, a hashtag #cadeosyanomami foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.

    Leia mais: Garimpo em terras indígenas cresceu 495% nos últimos 10 anos, aponta pesquisa

    Na segunda-feira (4), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal aprovou a realização de uma diligência externa em Roraima para acompanhar as medidas de combate ao avanço do garimpo ilegal na TIY. A visita está agendada para o dia 12 de maio. De acordo com o presidente da Comissão, o senador Humberto Costa (PT-PE) o Senado deve “garantir as ações necessárias para garantir o cumprimento dos direitos invioláveis dos indígenas”.

    No mesmo sentido, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (3), a criação de um grupo de trabalho para acompanhar a situação dos povos Yanomami. Segundo a autora do requerimento para criação do GT, deputada Joênia Wapichana (Rede-RR), o grupo deverá acompanhar as investigações, fazer diligências e propor providências para reverter a situação de violências e violações de direitos na TIY.

    “Não é possível que a gente se sinta tão fechado e insensível diante de uma situação que todos os dias, praticamente, a mídia noticia: abusos sexuais contra crianças, mulheres, colocando a vida de seres humanos em risco. O mínimo que se pode fazer é a criação de um grupo de trabalho, para que este Parlamento possa frear esta violência. Não podemos ser coniventes”, protestou Wapichana.

    Desaparecimento

    Em entrevista ao portal Amazônia Real, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, afirmou que os garimpeiros que estupraram e mataram a menina Yanomami teriam coagido os indígenas a não falarem sobre o crime para as autoridades federais. Em troca pelo silêncio, eles teriam oferecido cinco gramas de ouro.

    Responsável pela divulgação da denúncia dos crimes, no dia 25 de abril, Hekurari também acompanhou a diligência da PF e demais órgãos à aldeia Aracaçá. O presidente da Condisi-YY confirmou que só havia fumaça da aldeia incendiada quando a equipe chegou à região. Mas, diferente do relato das autoridades, ele acrescentou que, após 40 minutos no local, alguns indígenas teriam aparecido e contado sobre a coação sofrida.

    Leia mais: Garimpo, crime organizado e coronavírus: as velhas e novas ameaças às comunidades indígenas na Terra Yanomami

    Segundo Hekurari, os indígenas chegaram a relatar de crimes anteriores, mas ressaltaram que não sabiam nada sobre a morte da adolescente e o desaparecimento da criança de três anos.

    Ainda sobre a visita ao local, Júnior confirmou a hipótese de que o corpo da menina de 12 anos teria sido cremado pelos indígenas como parte de uma tradição do povo Yanomami. Inclusive, também seria parte do costume dos Yanomami queimar a aldeia e partir para um novo local após a morte de um ente querido, o que, de certa forma, justificaria o desaparecimento da comunidade.

    Além desta possibilidade, a PF trabalha com a suspeita de que o incêndio possa ter sido causado por garimpeiros.

    Desumanidade

    Na última quinta-feira (28), em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia cobrou a investigação e o esclarecimento das circunstâncias da denúncia sobre a morte da menina Yanomami.

    Em discurso logo na abertura da sessão, a magistrada afirmou que as mulheres brasileiras, entre elas as indígenas, têm sido alvos de “crueldade letal” e vítimas de “descalabro de desumanidades”.

    “Essa perversidade, senhor presidente, não pode permanecer como dados estatísticos, como fatos normais da vida. Não são. Nem podem permanecer como notícias”, disse Cármen Lúcia ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux, que considerou o caso como “gravíssimo”.

    Edição: Jaqueline Deister

    garimpo indígenas morte yanomami
    Compartilhe! Facebook Twitter WhatsApp
    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

    Posts Relacionados

    “Inspiração” e “referência”: o Brasil se despede de Glória Maria

    Fiocruz denuncia que garimpeiros estão vendendo remédios destinados ao povo Yanomami

    “Ainda há muitas perguntas sem respostas”, afirmam indígenas após indiciamento de mandante dos assassinatos de Dom e Bruno

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    Mais recentes
    fevereiro 6, 2023

    Caso Ola Bini: ciberativista é inocentado pela Justiça do Equador

    fevereiro 3, 2023

    “Inspiração” e “referência”: o Brasil se despede de Glória Maria

    fevereiro 2, 2023

    Artigo | Como as mudanças na Petrobras impactam no bolso dos brasileiros?

    fevereiro 1, 2023

    Arthur Lira é reeleito para a presidência da Câmara dos Deputados

    Mais lidos
    • Violência contra a mulher: Brasil ocupa 5° lugar no ranking mundial de feminicídios
    • Artigo | Como as mudanças na Petrobras impactam no bolso dos brasileiros?
    • Governo Federal dá início a ações emergenciais de apoio aos povos Yanomami
    • Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado Federal
    • Arthur Lira é reeleito para a presidência da Câmara dos Deputados
    Podcast
    junho 20, 20220

    Pulsar Brasil lança série de podcast sobre a participação de mulheres na política brasileira

    Educação
    maio 12, 20220

    Enem 2022: Inscrições abertas até o dia 21 de maio

    Geral
    abril 22, 20220

    Entenda o indulto concedido por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira

    Geral
    março 15, 20220

    Com nova alta de preços, custo da cesta básica consome 56% da renda de quem recebe um salário mínimo

    Gênero
    março 8, 20220

    8M: “Estamos fortalecidas e vamos, sim, mudar o mundo”, afirmam comunicadoras da Amarc

    Coberturas especiais
    fevereiro 11, 20220

    Dia Mundial do Rádio: Comunicadores comunitários falam sobre a importância do “avô das mídias” nos dias de hoje

    • Facebook
    • Twitter
    Agência Informativa Pulsar Brasil
    Um programa da Amarc Brasil

    QUEM SOMOS contato@agenciapulsarbrasil.org

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.