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    Povos Originários

    “Cadê os Yanomami”: O que se sabe sobre o desaparecimento de indígenas em Roraima?

    Segundo representante do Condisi-YY, garimpeiros teriam coagido indígenas a não falar sobre o estupro e morte de uma menina de 12 anos para as equipes de investigação que estiveram na aldeia
    maio 4, 2022Nenhum comentário5 min para ler
    Além do corpo da jovem, a diligência investigava também o desaparecimento de uma outra criança, de três anos (Foto: Victor Moriyama/ISA)

    Redação

    Mais de uma semana após ser divulgado em noticiários de todo o país, o caso do estupro e morte da menina Yanomami de 12 anos na comunidade indígena de Aracaçá, em Roraima, segue sem solução.

    Na última quarta-feira (27), um grupo formado por agentes da Polícia Federal e servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Ministério Público Federal (MPF) foram até o local onde supostamente ocorreram os crimes, na região de Waikás, dentro da Terra Indígena Yanomami (TIY), mas encontraram a comunidade completamente vazia e com uma das casas queimadas.

    Além do corpo da jovem, a diligência investigava também o desaparecimento de uma outra criança, de três anos, que, segundo denúncias, teria sido jogada de um barco no rio Uraricoera enquanto a mãe tentava salvar a adolescente das mãos dos garimpeiros.

    Em nota divulgada na última sexta-feira (29), os órgãos federais informaram que “não foram encontrados indícios da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento”. Ainda assim, segundo o MPF, “as diligências demonstraram a necessidade de aprofundamento da investigação, para melhor esclarecimento dos fatos”.

    A falta de respostas sobre os crimes tem provocado, desde então, uma ampla mobilização que inclui desde lideranças indígenas e políticos até artistas e influenciadores digitais. Nos últimos dias, a hashtag #cadeosyanomami foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.

    Leia mais: Garimpo em terras indígenas cresceu 495% nos últimos 10 anos, aponta pesquisa

    Na segunda-feira (4), a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal aprovou a realização de uma diligência externa em Roraima para acompanhar as medidas de combate ao avanço do garimpo ilegal na TIY. A visita está agendada para o dia 12 de maio. De acordo com o presidente da Comissão, o senador Humberto Costa (PT-PE) o Senado deve “garantir as ações necessárias para garantir o cumprimento dos direitos invioláveis dos indígenas”.

    No mesmo sentido, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (3), a criação de um grupo de trabalho para acompanhar a situação dos povos Yanomami. Segundo a autora do requerimento para criação do GT, deputada Joênia Wapichana (Rede-RR), o grupo deverá acompanhar as investigações, fazer diligências e propor providências para reverter a situação de violências e violações de direitos na TIY.

    “Não é possível que a gente se sinta tão fechado e insensível diante de uma situação que todos os dias, praticamente, a mídia noticia: abusos sexuais contra crianças, mulheres, colocando a vida de seres humanos em risco. O mínimo que se pode fazer é a criação de um grupo de trabalho, para que este Parlamento possa frear esta violência. Não podemos ser coniventes”, protestou Wapichana.

    Desaparecimento

    Em entrevista ao portal Amazônia Real, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), Júnior Hekurari, afirmou que os garimpeiros que estupraram e mataram a menina Yanomami teriam coagido os indígenas a não falarem sobre o crime para as autoridades federais. Em troca pelo silêncio, eles teriam oferecido cinco gramas de ouro.

    Responsável pela divulgação da denúncia dos crimes, no dia 25 de abril, Hekurari também acompanhou a diligência da PF e demais órgãos à aldeia Aracaçá. O presidente da Condisi-YY confirmou que só havia fumaça da aldeia incendiada quando a equipe chegou à região. Mas, diferente do relato das autoridades, ele acrescentou que, após 40 minutos no local, alguns indígenas teriam aparecido e contado sobre a coação sofrida.

    Leia mais: Garimpo, crime organizado e coronavírus: as velhas e novas ameaças às comunidades indígenas na Terra Yanomami

    Segundo Hekurari, os indígenas chegaram a relatar de crimes anteriores, mas ressaltaram que não sabiam nada sobre a morte da adolescente e o desaparecimento da criança de três anos.

    Ainda sobre a visita ao local, Júnior confirmou a hipótese de que o corpo da menina de 12 anos teria sido cremado pelos indígenas como parte de uma tradição do povo Yanomami. Inclusive, também seria parte do costume dos Yanomami queimar a aldeia e partir para um novo local após a morte de um ente querido, o que, de certa forma, justificaria o desaparecimento da comunidade.

    Além desta possibilidade, a PF trabalha com a suspeita de que o incêndio possa ter sido causado por garimpeiros.

    Desumanidade

    Na última quinta-feira (28), em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia cobrou a investigação e o esclarecimento das circunstâncias da denúncia sobre a morte da menina Yanomami.

    Em discurso logo na abertura da sessão, a magistrada afirmou que as mulheres brasileiras, entre elas as indígenas, têm sido alvos de “crueldade letal” e vítimas de “descalabro de desumanidades”.

    “Essa perversidade, senhor presidente, não pode permanecer como dados estatísticos, como fatos normais da vida. Não são. Nem podem permanecer como notícias”, disse Cármen Lúcia ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux, que considerou o caso como “gravíssimo”.

    Edição: Jaqueline Deister

    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

    garimpo indígenas morte yanomami
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    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

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