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    Cultura

    Carnaval 2022: Fé, representatividade e críticas sociais marcam os desfiles das escolas de samba no Rio e São Paulo

    Enredos de exaltação a povos africanos e indígenas na construção do Brasil levantaram o público na Sapucaí e no Sambódromo do Anhembi
    abril 25, 2022Nenhum comentário5 min para ler
    Após dois anos, escolas de samba retornam com aulas de história sobre o Brasil. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

    Após dois anos sem desfilar por conta da pandemia de Covid-19, as escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo voltaram a ocupar a avenida no último fim de semana com espetáculos de beleza e celebração da vida. Mais que isso, em 2022, ano do bicentenário da Independência brasileira, as agremiações brindaram o público com verdadeiras aulas sobre história, cultura e representatividade através de enredos que exaltavam a fé e o legado de povos negros e indígenas na construção do país.

    Entre os personagens negros homenageados nos sambódromos carioca e paulistano estiveram nomes como a cantora Clementina de Jesus e os sambistas Cartola, Jamelão e Martinho da Vila. A escritora Carolina Maria de Jesus, bem como a atriz Chica Xavier e os atores Mussum e Milton Gonçalves também foram lembrados pelas agremiações, que ainda fizeram questão de louvar a ancestralidade africana do povo brasileiro através de enredos que saudavam divindades como os orixás Exu e Oxóssi.

    No Rio, das 12 escolas que compõem o Grupo Especial, nove levaram para a avenida temas ligados à cultura negra e indígena. Na Série Ouro, 10 das 15 escolas que atravessaram a Sapucaí na quarta (20) e quinta-feira (21) apresentaram personagens e histórias negras. O mesmo ocorreu em São Paulo, em que oito das 14 agremiações da elite do samba paulistano tiveram o povo e a cultura negra como tema central dos desfiles.

    Rio

    Logo na quarta-feira, nos desfiles da Série Ouro, a Acadêmicos do Cubango contou a história da atriz e produtora teatral Chica Xavier. Na mesma noite, a Unidos do Porto da Pedra prestou sua homenagem à Mãe Stella de Oxóssi, ialorixá baiana falecida em 2018, e a União da Ilha trouxe no enredo a devoção à Nossa Senhora Aparecida, santa de imagem negra e padroeira do Brasil.

    Ainda sob a temática negra, na quinta-feira foi a vez da Lins Imperial emocionar o público relembrando a trajetória do ator, humorista e sambista Mussum. A Inocentes de Belford Roxo apresentou o enredo “A Noite dos Tambores Silenciosos do Recife”, enquanto a Unidos de Padre Miguel trouxe para a avenida a história de Iroko, o orixá do tempo.

    Leia também: “A gente precisa reconhecer quem somos, de onde viemos e o que queremos”, diz ator em entrevista sobre o Dia da Consciência Negra

    A noite ainda teve direito à homenagem da Acadêmicos de Santa Cruz ao ator Milton Gonçalves e da Império Serrano ao lendário capoeirista Besouro Cordão de Ouro. A pequena África, região do centro da capital fluminense, foi tema da Acadêmicos de Vigário Geral.

    A Série Ouro ainda teve a participação da Acadêmicos do Sossego, na quarta-feira, com o enredo indígena “Visões Xamânicas”. A tradição dos povos originários voltou a ser protagonista na Sapucaí na noite de sábado durante o desfile da Unidos da Tijuca com o enredo “Waranã – A reexistência vermelha”, que transformou o Sambódromo em uma floresta encantada e, de forma lúdica, criticou o Projeto de Lei 191, que libera a mineração em terras indígenas.

    Entre as escolas do Grupo Especial, Mangueira e Vila Isabel renderam homenagens a ilustres componentes como o compositor Cartola, o intérprete Jamelão e o dançarino e mestre-sala Delegado, no caso da verde e rosa, e cantor e compositor Martinho da Vila, no caso da azul e branco.

    Ainda em exaltação ao povo negro, também se destacaram os enredos “Ka ríba tí ÿe – Que nossos caminhos se abram”, da Paraíso da Tuiuti, “Resistência”, do Salgueiro, e “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”, da Beija-Flor de Nilópolis.

    Leia também: 200 anos de Maria Firmina dos Reis: quem foi a primeira romancista do Brasil?

    A valorização das religiões de matriz africana e o combate à intolerância religiosa foram o pano de fundo dos enredos de Grande Rio e Mocidade Independente, que apresentaram ao público as histórias e manifestações culturais ligadas às simbologias dos orixás Exu e Oxóssi. No mesmo sentido, o enredo da Portela tratou da simbologia dos Baobás, árvores gigantes e milenares originárias da África que representam, em algumas tradições, valores como ancestralidade, religiosidade, identidade e memória.

    São Paulo

    Em São Paulo, a cultura dos povos africanos e afro-brasileiros também foi tema de vários desfiles. Além das apresentações da Colorado do Brás e Mocidade Alegre, que homenagearam, respectivamente, a escritora Carolina Maria de Jesus e a cantora Clementina de Jesus, a Vai-Vai atravessou o Sambódromo do Anhembi com o enredo “Sankofa! Volte e pegue, Vai-Vai”, em referência ao ideograma africano que representa a volta ao passado para buscar conhecimento.

    A religiosidade dos povos de matriz africana esteve presente nos desfiles da Águia de Ouro e da Barroca da Zona Sul. A primeira levou para a avenida uma saudação à diversidade étnica e a pluralidade religiosa através do enredo “Afoxé de Oxalá — No ‘Cortejo de Babá’, Um Canto de Luz em Tempo de Trevas”. Já a segunda fez questão de homenagear uma das entidades mais populares dos cultos afro-brasileiros: o Zé Pelintra.

    Os desfiles de São Paulo também foram marcados por fortes críticas à realidade brasileira. O “Basta!”, da Gaviões da Fiel, por exemplo, foi um verdadeiro protesto contra a desigualdade social nesta “pátria-mãe hostil”. A Rosa de Ouro, por sua vez, aproveitou o enredo “Cura” para celebrar os rituais e caminhos para a cura dos males através, por exemplo, da fé, da magia, da ciência e do samba. O último carro do desfile, inclusive, trouxe um componente fantasiado de presidente da República que foi transformado em jacaré após ser vacinado por uma enfermeira.

    Edição: Jaqueline Deister

     

    carnaval cultura intolerância religiosa rio de janeiro samba são paulo sociedade
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    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

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