Devido ao aumento do número de casos de Covid-19 causado pela variante Ômicron e o avanço da epidemia de gripe no Brasil, os desfiles e festividades do Carnaval de rua 2022 têm sido cancelados em municípios de todo país.
Só entre as capitais, até o momento 13 cidades mais o Distrito Federal informaram a decisão de suspender a folia pelo segundo ano consecutivo. São elas: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza, São Luís, Maceió, João Pessoa, Teresina, Belém, Campo Grande, Cuiabá e Florianópolis.
Em Belo Horizonte, a prefeitura não chegou a anunciar o cancelamento oficial do Carnaval, mas informou que não financiará a festa com patrocínios e investimentos em infraestrutura. À pedido da Liga das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Curitiba e Região Metropolitana, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), informou que os desfiles dos blocos de rua, assim como em 2021, serão realizados de forma virtual, com transmissão pelas redes sociais da prefeitura.
Até o fechamento desta reportagem as prefeituras de Vitória, Natal, Aracaju, Palmas, Macapá, Manaus, Porto Velho, Boa Vista, Goiânia e Porto Alegre ainda não haviam divulgado posicionamento final sobre o tema.
Além dos municípios, estados como Bahia e Ceará também anunciaram que não terão Carnaval neste ano. No caso baiano, ainda em dezembro de 2021 o governador Rui Costa (PT) publicou nas redes sociais:
A decisão está tomada: não haverá Carnaval na Bahia em fevereiro de 2022. Hoje temos 2,4 milhões de baianos com a vacina contra a #Covid em atraso. Além disso, estamos lidando com uma epidemia de gripe, que tem sobrecarregado o sistema de saúde.
— Rui Costa (@costa_rui) December 23, 2021
No Ceará, a medida foi anunciada com ainda mais antecedência. Em novembro do ano passado, o governador Camilo Santana (PT) já tinha divulgado a decisão de cancelar o Edital do Carnaval 2022 previsto pela Secretaria de Cultura.
“Definitivamente não é o momento de estarmos programando estas festas. Continuamos acompanhando, com preocupação, o avanço da nova variante do coronavírus pelo mundo e devemos ter toda a prudência e responsabilidade para evitar que atinja o nosso Ceará”, informou pelo Twitter.
Festas Privadas
Apesar da proibição do carnaval de rua, as festas privadas durante o feriado seguem autorizadas na maioria das capitais brasileiras. Além disso, no Rio de Janeiro e em São Paulo os desfiles de escolas de samba serão mantidos com a exigência de protocolos sanitários como passaporte de vacina e apresentação de teste para a Covid-19.
Tais exceções têm sido criticadas por políticos e profissionais da saúde. Para o vereador carioca Tarcísio Motta (PSOL), por exemplo, as soluções para o carnaval em tempos de pandemia “passam necessariamente pelo olhar para a saúde pública (em primeiro lugar) e para a garantia de que nossa maior manifestação cultural ocorra em sua diversidade”.
Nas redes, o integrante da Comissão Especial do Carnaval da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro questionou a decisão do prefeito Eduardo Paes (PSD) de liberar as festas particulares no Rio.
“O passaporte vacinal, apesar de necessário, é suficiente para garantir segurança sanitária diante da Ômicron? Tudo indica que não. Ter milhares de pessoas aglomeradas em um evento, por exemplo, na Marina da Glória é seguro sanitariamente? Tudo indica que não”, pontuou o vereador.
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No mesmo sentido, o médico e cientista Miguel Nicolelis publicou nas redes sociais na última quarta-feira (5): “Alguém se deu conta que acabaram as vacinas para influenza no RJ e que governo do estado anunciou que só em abril vai ocorrer a volta da vacinação? Como isso pode passar batido e ainda se falar em festas privadas e desfile de Carnaval liberadas?”
Edição: Jaqueline Deister