Redação
O boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (20) aponta para um patamar elevado de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças pequenas e em adolescentes.
“A atualização do Infogripe desta semana tem duas situações envolvendo fundamentalmente as crianças pequenas, que ainda exigem maior atenção em relação a infecções respiratórias e, em particular, às internações, principalmente em decorrência do vírus sincicial” , disse o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Segundo o Ministério da Saúde, o vírus sincicial é uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmões em recém-nascidos e crianças pequenas, que podem causar bronquiolite e pneumonia. O período de sazonalidade do vírus normalmente tem início em maio e se estende até o mês de setembro, podendo se alongar em algumas regiões.
Estados
Já em relação aos estados, o estudo aponta que sete têm sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). São eles: Acre, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná e Rondônia. No Acre e Pará, o aumento está concentrado nas crianças e adolescentes. Nos demais, o sinal de crescimento atual é leve e pode estar associado à oscilações.
“Temos um sinal positivo que é o fato de estarmos com um número menor de estados que ainda apresentam crescimento do número de novos casos semanais. Estamos vendo esse sinal de forma clara no Acre e no Pará. Nos demais estados, entretanto, já vemos a interrupção nesse ritmo de crescimento”, observa o pesquisador da Fiocruz.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (8,7%), influenza B (3,8%), vírus sincicial respiratório (38,5%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (22,2%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (15,7%), influenza B (5,2%), vírus sincicial respiratório (13,4%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (50,7%).
O estudo tem como referência a Semana Epidemiológica 28, de 9 a 15 de julho, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 17 de julho.