O preço da cesta básica no Brasil aumentou novamente em fevereiro e já compromete cerca de 56% da renda das trabalhadoras e trabalhadores que recebem um salário mínimo no país.
As informações são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), levantamento produzido e divulgado mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo os dados da última pesquisa, com o novo aumento do valor do conjunto dos alimentos básicos, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.012,18, o que corresponde a 4,96 vezes o valor do salário mínimo atual.
De acordo com o Dieese, o valor estimado pela pesquisa seria suficiente para suprir as despesas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
O cálculo é feito com base no preço dos itens básicos definidos pelo Decreto Lei 399/38, que regulamenta o salário mínimo no Brasil. Segundo o decreto, a cesta básica deve ser composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de uma trabalhadora ou trabalhador em idade adulta. Na pesquisa do Dieese, os bens e quantidades estipuladas são diferenciados por região, de acordo com os hábitos alimentares locais.
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O levantamento do último mês aponta que as altas mais expressivas do custo da cesta básica ocorreram em Porto Alegre (3,40%), Campo Grande (2,78%), Goiânia (2,59%) e Curitiba (2,57%). São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 715,65), seguida por Florianópolis (R$ 707,56), Rio de Janeiro (R$ 697,37), Porto Alegre (R$ 695,91) e Vitória (R$ 682,54).
Ao comparar com o valor da cesta em fevereiro do ano passado, o Dieese revela que todas as capitais brasileiras registraram alta de preços, com variações que oscilaram entre 10% (Porto Alegre) e 23% (Campo Grande).
Entre os alimentos que tiveram os maiores reajustes estão os feijões preto e carioca, o café, o óleo de soja e a carne bovina. Todos eles registraram aumentos em pelo menos 14 das 27 capitais no último mês.