No Rio de Janeiro, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) frequentemente são denunciadas por abusos de autoridade e violência. Na última terça-feira (12) a noite, mais um morador de uma comunidade pacificada, no Complexo do Alemão, foi vítima da atuação da polícia e foi parar na delegacia após ser acusado de desobediência.
O jornalista e repórter fotográfico Carlos Coutinho, integrante do coletivo de comunicação independente Papo Reto, conta que, durante uma operação onde vários moradores eram revistados, foi alvo de um abuso por parte do subcomandante da UPP Alemão, o tenente Iago. Na tentativa de verificar o que Coutinho tinha em seu celular, o policial deu sequência a uma série de atitudes abusivas que culminaram numa ação judicial que terá sua primeira audiência no mês de agosto. Ao perceber o comportamento do tenente, o comunicador resolveu gravar a discussão.
De acordo com Coutinho, antes da entrada da UPP os policiais pediam os documentos nas revistas. Porém, hoje em dia, o interesse imediato é pelo celular dos moradores. Os próprios moradores relatam que se houver recusa na entrega do aparelho os policiais pegam assim mesmo, inclusive chegando a quebrar.
O comunicador acredita que a população precisa ser mais informada sobre os seus direitos, para que esse tipo de situação seja evitada. Muitas vezes os moradores permitem a ação policial e não denunciam por desconhecerem seus direitos.
Atualmente no Rio de Janeiro, o governo do estado já contabiliza 38 UPPs implantadas com um efetivo de nove mil 543 policiais. A instalação dessas unidades tem sido apontada pelo governo como uma das medidas de segurança para os megaeventos esportivos, tanto para a Copa do Mundo de 2014 quanto para as Olimpíadas de 2016. (pulsar)