

A ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner confirmou, esta semana, que não será candidata às eleições nacionais de outubro. Por meio de suas redes sociais, a atual vice-presidente argentina rejeitou uma possível candidatura que estava sendo promovida por setores do peronismo e, mais uma vez, denunciou o banimento político determinado pela decisão judicial que a condenou a seis anos de prisão e à inabilitação vitalícia para cargos públicos por supostos atos de corrupção.
“Eu já disse em 6 de dezembro de 2022. Não serei mascote do poder para nenhuma candidatura”, escreveu a ex-presidente em carta publicada na terça-feira (16), enquanto ocorria o congresso nacional do peronista Partido Justicialista, onde ainda se ouviam fortes cânticos de apoio à sua candidatura.
No texto, Cristina demonstrou preocupação pelos “fantasmas do passado que voltaram à realidade política da Argentina”, referindo-se ao modo como a violência verbal e simbólica promovida pela mídia hegemônica se materializou em ações de grupos violentos e culminou na tentativa de assassinato que sofreu no ano passado. Em setembro, em meio a uma multidão que a cumprimentava na entrada de sua casa, um homem apontou uma arma em seu rosto e somente uma falha técnica salvou a vida da vice-presidente, fazendo com que o tiro não fosse disparado.
Na carta, a vice-presidente argentina também se referiu à polêmica em torno das ações do Poder Judiciário e destacou que sua condenação “tem uma única tradução política e eleitoral: o banimento do peronismo”. Segundo Cristina, desde 2016 a Suprema Corte de Justiça da Argentina “tem funcionado como uma força-tarefa do principal partido da direita, Juntos por el Cambio, e dos grupos econômicos concentrados para produzir a eliminação de seus adversários políticos”.
Edição: Filipe Cabral