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    Direitos Humanos

    Dias antes do “Mandela Day”, África do Sul vive a maior explosão de violência desde o fim do apartheid

    Com recordes de desigualdade e desemprego, país registra mais de 120 mortes e 2.200 prisões desde o início dos protestos, no dia 7 de julho
    julho 16, 2021Nenhum comentário5 min para ler
    País vive uma onda de protestos e violência após a prisão do ex-presidente Zuma (Foto: Ihsaan Haffejee - Anadolu Agency )

    No próximo domingo, dia 18 de julho, é comemorado o Dia Internacional Nelson Mandela. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2009, a data celebra o aniversário e o legado do líder político que foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime de apartheid na África do Sul. Contudo, em 2021, quase três décadas após a eleição do primeiro presidente negro do país, a mensagem de paz e reconciliação entre os povos sul-africanos tem sido ofuscada por um cenário de crise sanitária e convulsão social.

    Desde o dia 7 de julho, a população sul-africana tem vivido dias de tensão e violência. O que começou com protestos na província de Kwazulu-Natal contra a prisão do ex-presidente Jacob Zuma, logo se transformou em uma onda de saques a comércio, depredações e até incêndios que se alastraram para outras regiões do país. Segundo o governo local, cerca de 10 mil soldados das forças nacionais de segurança foram convocados para frear a revolta. Ainda de acordo com informações do governo, mais de 2.200 pessoas foram presas e mais de 120 mortes foram registradas até hoje.

    Leia mais: Chile começa a escrever nova Constituição no próximo domingo

    Além de KwaZulu-Natal, região onde nasceu o ex-presidente Zuma, as províncias de Mpumalanga e Gauteng são as mais afetadas, com destaque, nesta última, para as cidades de Johanesburgo e Pretória, consideradas centros econômicos e políticos do país. Na quinta-feira (15), o gabinete do atual presidente, Cyril Ramaphosa, emitiu um comunicado alertando para o risco de escassez de “produtos de primeira necessidade” após uma semana de ataques a lojas, shoppings centers e postos de gasolina.

    De acordo com a agência de notícias France-Presse, a maior refinaria do país anunciou o fechamento de sua fábrica próxima a Durban, no litoral de Kwazulu-Natal, por motivo de “força maior”. A unidade seria responsável por fornecer cerca de um terço do combustível consumido no país. A vacinação contra a Covid-19 também teve que ser interrompida em algumas regiões e, segundo o governo, hospitais correm risco de desabastecimento de medicamentos e oxigênio caso a situação não melhore nos próximos dias.

    Causas da crise

    A princípio, as manifestações iniciadas no dia sete tinham como objetivo protestar contra a prisão do ex-presidente Jacob Zuma, que ocorreu neste mesmo dia. O político, de 79 anos, foi condenado pelo Tribunal Constitucional, a corte mais alta da África do Sul, a um ano e três meses de prisão por “desacato à Justiça”. A decisão da corte se deu após Zuma se recusar a depor em inquérito judicial que investigava casos de corrupção durante seu mandato.

    Jacob Zuma, ou “JZ” como foi apelidado por apoiadores, chegou a ser considerado herói por parte da população devido aos anos de luta contra o apartheid junto a Nelson Mandela. Foi presidente de 2010 a 2018, quando seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), o forçou a renunciar o cargo por conta das crescentes denúncias de corrupção em seu governo. Zuma foi então sucedido pelo vice, Cyril Ramaphosa, atual presidente e um dos homens mais ricos do país.

    Deste modo, a revolta contra a prisão do ex-presidente representa também um conflito interno do próprio CNA, que se encontra no poder desde a eleição de Mandela, em 1994. Para a base do partido, a gestão de Ramaphosa tem sido marcada por um apelo tecnocrata e mais voltada para os mercados do que para a população propriamente.

    Leia  mais: Opinião | Da greve nacional na Colômbia à primavera democrática

    A prisão de Zuma, todavia, foi apenas a fagulha para a explosão social. A insatisfação com sucessivos escândalos de corrupção somada às péssimas condições de vida e à crise econômica aprofundada pela pandemia de Covid-19 têm sido os principais motivos para a propagação do clima de revolta para outros setores e regiões do país.

    Segundo informações do jornal O Globo, a África do Sul é o país mais desigual do mundo, com 10% da população retendo 70% da renda e metade dos sul-africanos vivendo abaixo da linha oficial de pobreza. Além disso, o país foi o mais afetado entre os africanos pela pandemia de Covid-19, o que lhe custou cerca de 65 mil mortes até o momento e uma queda de 7% do PIB no último ano. Nos três primeiros meses de 2021, a África do Sul atingiu o recorde histórico de desemprego, com 32% da população sem trabalho.

    Prejuízos sociais

    A tensão provocada pela intensificação dos ataques ao comércio local e, consequentemente, pelo risco de desabastecimento das cidades tem ainda servido para reavivar antigos conflitos no país de Mandela. Em Durban, por exemplo, conforme conta o portal G1, alguns comerciantes têm se colocado armados em frente às lojas para proteger suas empresas a qualquer custo.

    A ação, contudo, não se limita aos comerciantes. Nas ruas de Durban podem ser vistos grupos de civis mascarados e armados com facas, revólveres, tacos de beisebol, golfe ou pedaços de pau com pregos. Em uma atuação semelhante a de milícias, eles montam barricadas, parando carros e pedestres que consideram suspeitos, o que tem provocado (e até reforçado) situações de preconceito racial entre brancos, negros e indianos no país.

    áfrica do sul protestos violencia
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    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

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