Redação
Sete anos após sofrer o golpe parlamentar que a destituiu do cargo de presidente da República, Dilma Rousseff foi eleita, nesta sexta-feira (24), a nova presidente do Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), o banco do Brics – bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
De acordo com nota oficial do NBD, Dilma foi eleita por unanimidade pelo conselho de governadores da instituição. A expectativa é de que a nova presidente assuma o cargo na próxima quarta-feira (29), durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, país que abriga a sede do banco.
Dilma substituirá o também brasileiro Marcos Troyjo, que ocupava o cargo desde 2020 por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandato da nova presidente vai até julho de 2025.
Em comunicado oficial, o NBD afirma que, como presidente do Brasil, “Dilma Rousseff concentrou sua agenda em garantir a estabilidade econômica do país e a criação de empregos”. O banco também ressalta a atuação da ex-presidente na luta contra a pobreza e a desigualdade social.
“Como resultado de um dos mais extensos processos de redução da pobreza na história do país, o Brasil foi retirado do Mapa da Fome da ONU”, destaca o texto.
Em relação ao contexto internacional, o NBD ressalta que Dilma “promoveu o respeito pela soberania de todas as nações e a defesa do multilateralismo, do desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e da paz”.
“Sob seu governo, o Brasil esteve presente em todos os fóruns internacionais de proteção climática e ambiental, culminando em participação decisiva na conquista do Acordo de Paris. Dilma Rousseff expandiu significativamente a cooperação com vários países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia”, pontua.
NBD
O Novo Banco do Desenvolvimento (NBD) tem como principal objetivo financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos cinco países-membros do Brics e em outras economias emergentes. A instituição foi criada em 2014, durante a sexta edição da cúpula do Brics, realizada em Fortaleza, no Ceará, e passou a operar em 2015.
Além da presidência – que passará a ser ocupada por Dilma Rousseff – o NBD é dirigido por um conselho de governadores, um conselho de diretores, e quatro vice-presidentes. A presidência do banco é rotativa entre os países que compõem o bloco. Enquanto um país indica um representante para a presidência, os demais ficam responsáveis por indicar os quatro vice-presidentes.
O mandato brasileiro segue até 2025. O nome de Dilma foi indicado pelo governo Lula e aprovado após sabatina com o conselho de governadores do NBD – formado pelos ministros da Fazenda dos países fundadores – e com ministros da Economia dos quatro novos integrantes do banco: Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito e Uruguai. De Xangai, na China, a nova presidente chefiará a equipe operacional, conduzindo, junto com os diretores, os negócios do NBD.
*Com informações do G1, CNN e Estado de S. Paulo