

Redação
Após mais de 10 anos fechado e de tentativas frustradas de leilão, o histórico Edifício “A Noite” será convertido em prédio residencial. A venda do primeiro arranha-céu da América do Sul e antiga sede da Rádio Nacional foi anunciada na última terça-feira (25) pela Prefeitura do Rio de Janeiro.
Leia mais: Rádio Nacional pode ser declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Rio de Janeiro
De acordo com Prefeitura, o prédio de 22 andares foi adquirido em processo de concorrência pública pela consórcio formado pela empresa paulista QOPP e a carioca Konek Transformação Imobiliária. Ao todo, o negócio deve render aproximadamente R$ 60 milhões.
Segundo as vencedoras da concorrência, a estrutura desenhada pelo arquiteto francês Joseph Gire será revitalizada e passará a contar com 447 unidades residenciais, além de lojas, bar e restaurante. O projeto de reforma ainda prevê um espaço reservado para a instalação do Centro Cultural da Rádio Nacional.
Nos últimos anos, a Pulsar Brasil tem acompanhado as tentativas de venda do imóvel por parte do poder público. Em 2020, o Governo Federal chegou a colocar o edifício à venda através de leilão eletrônico com o lance mínimo de R$ 98 milhões. Porém nenhuma proposta foi apresentada à época.
Com a mudança no Executivo Federal, em março deste ano, o prédio foi comprado pela Prefeitura do Rio por R$ 28,9 milhões. O objetivo da compra era justamente colocar o imóvel de volta no mercado para ajudar no processo de revitalização da região central da capital carioca.
Histórico
Inaugurado em 1929, com mais de cem metros de altura e fachadas no estilo art déco, o Edifício “A Noite” se notabilizou na história do Rio de Janeiro e do Brasil como símbolo de modernidade e de efervescência cultural.
O prédio serviu inicialmente de sede ao jornal A Noite, o primeiro jornal vespertino da então capital brasileira. Logo em seguida, na década de 1930, passou a abrigar os trabalhos da Sociedade Civil Brasileira Rádio Nacional e da chamada “Era de Ouro” do Rádio. Pelos corredores e salas do edifício passaram jornalistas, produtores, políticos e artistas da música popular brasileira como Francisco Alves, Orlando Silva, Ataulfo Alves, Marlene Alves, Emilinha Borba e Cauby Peixoto.
Por reunir valores históricos, artísticos e paisagísticos, em 2013, o imóvel foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
* Com informações de O Globo e G1.
Edição: Jaqueline Deister