Redação
Mais de seis mil mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros são esperadas em Brasília, no Distrito Federal, para participar da terceira edição da Marcha das Mulheres Indígenas. O evento é organizado pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e será realizado entre os dias 11 e 13 de setembro.
Neste ano, a marcha traz o tema “Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”. De acordo com as organizadoras, a mobilização tem como objetivos: conectar e reconectar a potencialidade das vozes das ancestralidades que são as sementes da terra, fortalecer a atuação das mulheres indígenas a partir de seus territórios, debater desafios e propor novos diálogos de incidência na política indígena do Brasil.
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Além da marcha, a programação do evento contará com rodas de diálogo, grupos de trabalho, plenárias e debates sobre o papel das mulheres indígenas nas lutas dos povos originários e sobre questões socioambientais ligadas aos biomas brasileiros. Também estão previstas atividades culturais, feira de artesanatos e desfiles. As atividades acontecerão no Complexo Cultural Funarte, no Setor de Divulgação Cultural da capital federal.
Junto com as lideranças indígenas de todas as regiões do país, estarão presentes artistas, ministras, deputadas federais, vereadoras, deputadas estaduais e autoridades internacionais.
Retomada
Em resposta à “invisibilidade secular” que historicamente impacta os “corpos territórios” das mulheres indígenas, o manifesto de convocação para a Marcha reivindica: “nunca mais um Brasil sem nós”. Segundo o texto, no que se refere às políticas públicas do Estado brasileiro, “são séculos de violências e violações”. “Não é mais tolerável aceitar políticas públicas inadequadas aos povos indígenas”, pontua.
“Sabemos que não será fácil superar 523 anos em quatro. Mas estamos dispostas a fazer desse momento a grande retomada da força ancestral da alma e espírito brasileiros. Isso só será possível, se tivermos ao nosso lado, mães, anciãs, caciques e lideranças homens colaborando com o avanço no diálogo coletivo em prol do bem maior. Nossos maiores inimigos são as leis que não reconhecem nossa diversidade e nossa existência”, explicam as organizadoras da Marcha.
Apoio
A primeira Marcha das Mulheres Indígenas foi realizada em 2019 e reuniu mais de duas mil lideranças femininas de todos os biomas em Brasília. A segunda edição, ocorrida em meio às tensões das comemorações do sete de setembro sob o governo Bolsonaro, contou com mais de cinco mil mulheres.
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Em 2023, a expectativa é ampliar ainda mais o número de participantes. Para isso, a Anmiga organizou uma campanha de financiamento coletivo. As doações podem ser feitas até o dia 20 de setembro neste link.
*Com informações da Anmiga.
Edição: Jaqueline Deister
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Como faço para participar? Sou liderança indígena, estou como vereadora no interior do Amazonas.
https://www.instagram.com/anmigaorg/essa é a rede social da marcha. Sugerimos que entre em contato.