Redação
Começou, nesta terça-feira (22), a 15ª cúpula do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro é realizado em Joanesburgo, na África do Sul, e conta com a presença de chefes de Estado de quatro dos cinco países que integram o grupo. Com um mandado de prisão internacional por crimes de guerra na Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin optou por enviar representantes e participar apenas por videoconferência.
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Entre as principais pautas da reunião está a proposta de adesão de novos países ao bloco. Até o momento mais de 20 nações já apresentaram demanda formal para integrar o grupo. Argélia, Argentina, Bangladesh, Cuba, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, México, Paquistão, Turquia e Vietnã são alguns dos candidatos. A inclusão de novos membros, contudo, precisa ser aprovada em consenso pelos cinco integrantes atuais.
Brics
Atualmente os países do Brics representam cerca de um quarto da riqueza mundial, 42% da população e mais de 16% do comércio global. Nos últimos anos, o crescente desempenho econômico e político do bloco tem reforçado sua posição como plataforma alternativa ao G7, grupo formado pelas sete maiores economias do planeta: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Desde 2014, os países que integram o Brics também contam com um banco próprio – o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) –, que hoje é presidido pela ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff. A instituição financia projetos de infraestrutura e crescimento sustentável nos países-membros. Desde a criação, o NDB já emprestou cerca de US$ 33 bilhões para projetos de infraestrutura, energia renovável, transporte, entre outras iniciativas.
Nos últimos três anos, o NDB também tem se expandido e passou a permitir a adesão de países emergentes ou do chamado “sul global”. Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos foram alguns dos Estados que ingressaram no banco. O Uruguai passará a integrar a instituição em breve.
Brasil
Em discurso no encontro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou favorável à entrada de novos países no grupo. Mas pontuou que é preciso estabelecer critérios mínimos para evitar arrependimentos futuros.
“Pra gente possibilitar a entrada de novos países, a gente tem que limitar [a discussão] a uma certa coisa que todo mundo concorde. Se não houver um grau de compromisso dos países que entram no Brics, vira uma Torre de Babel”, disse o presidente.
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Ainda no primeiro dia de evento, Lula defendeu a criação de uma moeda única para transações comerciais entre os países participantes do Brics e do Mercosul, em substituição ao dólar. “Tem países como a Argentina que não podem comprar dólar agora. Para vender para o Brasil, não deveria precisar de dólar”, comentou.
Lula também defendeu que todos os países do bloco passem a integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) como membros permanentes. Atualmente, apenas Rússia e China participam do conselho de forma permanente. “É preciso que a gente convença a Rússia e a China que o Brasil, a África do Sul e a Índia possam entrar no Conselho de Segurança”, reforçou o presidente.
*Com informações do Brasil de Fato, Carta Capital e Agência Brasil.
Edição: Jaqueline Deister