

A turbulência econômica continua na Argentina. Nesta semana foi divulgado o índice de inflação de agosto, que atingiu 12,4% e registrou a maior taxa mensal em mais de 32 anos, além de um aumento acumulado de mais de 124% nos últimos doze meses.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec), o setor com maior aumento foi o de Alimentação, com alta de 15,6% devido ao aumento dos preços de carnes, legumes e leguminosas. Em seguida, veio a Saúde, com 15,3% devido, principalmente, ao aumento do valor dos medicamentos.
Os números, que atingiram duramente os assalariados do país, preocuparam o governo, que tomou medidas apressadas para reduzir impostos e tentar compensar a perda de poder de compra dos trabalhadores.
O ministro da Economia e candidato presidencial do partido governista, Sergio Massa, anunciou a criação de um programa para remover o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dos produtos que compõem a cesta básica de alimentos destinada a aposentados e trabalhadores que ganham menos de 700 mil pesos.
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Na última segunda-feira (11), Massa também anunciou o aumento da renda mínima tributável, que passou de 700 mil pesos para 1,7 milhão. Dessa forma, a maioria dos assalariados do país ficará isenta do pagamento do imposto.
As medidas foram aplaudidas pelas principais centrais de trabalhadores do país, que há anos fazem campanha pela eliminação do imposto que consideram distorcivo. Segundo as centrais, salários nunca podem ser considerados como lucro e esse tipo de imposto só contribui para o enfraquecimento do poder de compra dos assalariados.
Neste sentido, o governo enviou um Projeto de Lei (PL) ao Congresso que propõe a eliminação do imposto de renda que pesa sobre os salários e pediu à oposição que o debatesse e aprovasse antes das eleições nacionais de outubro. Entretanto, os principais partidos de direita e rivais eleitorais do partido governista classificaram a medida como eleitoreira e adiantaram que não pretendem apoiar seu tratamento em um futuro imediato.
Edição: Filipe Cabral