Durante toda esta segunda-feira (29) ocorre o Julgamento da presidenta Dilma Rousseff, no Senado Federal, em Brasília. O dia histórico para o país que vive o segundo processo de impeachment da democracia recente começou com a fala da presidenta eleita.
Em seu discurso, Dilma falou sobre a sua biografia, das torturas sofridas durante a ditadura civil-militar no Brasil, reconheceu os erros na condução de seu mandato e reiterou que ‘entre os seus defeitos não estão a deslealdade e a covardia’.
A presidenta reafirmou a tese de que o impeachment, se consumado, é na verdade um golpe de Estado. Ela lembrou que os golpes sempre fizeram parte da história política do país, citou Getúlio Vargas e João Goulart como exemplos de governantes que sofreram as consequências por ‘ferir interesses econômicos da elite brasileira’.
Dilma disse ainda que a ‘violência do preconceito e as agressões verbais’ a atingiram, mas que a ‘disposição de luta’ da população foi forte. Ela destacou especialmente as mulheres, como fundamentais para a sua resistência. Citou a misoginia e o preconceito que se mostraram neste processo.
A presidenta também atacou o governo interino de Michel Temer pela falta de representatividade popular e destacou que medidas de contenção como ‘congelar por 20 anos despesas com saúde, educação e habitação é uma ameaça inadmissível para um país com uma história democrática recente como o Brasil’.
Durante todo o dia Dilma estará respondendo as perguntas dos senadores. A expectativa é que a sessão se estenda até parte da noite. A votação final que definirá o impeachment deverá ocorrer na terça ou na quarta-feira desta semana. A presidenta será condenada se 54 dos 81 senadores a considerarem culpada pelo crime de responsabilidade ao editar os decretos em avaliação no processo de impeachment.(pulsar)