Durante três dias a Universidade Federal de Tocantins (UFT), em Palmas, se tornou uma grande aldeia de discussão sobre os direitos dos povos originários e os impactos de grandes projetos de desenvolvimento agrícola em comunidades e no meio ambiente.
Ao todo, cerca de 500 indígenas dos estados de Goiás e Tocantins estão presentes na terceira Assembleia dos Povos Indígenas. Além das etnias, o encontro conta também com a presença de ativistas, integrantes de movimentos sociais e ambientalistas e traz à tona as dificuldades enfrentadas pela população originária brasileira para assegurar direitos básicos como saúde, educação e demarcação de terra.
O Brasil possui cerca de 900 mil indígenas e a maioria se concentra na região norte, segundo dado do censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, a ineficiência governamental para a aplicação das políticas públicas para os indígenas juntamente com o avanço da bancada ruralista têm contribuído para que os povos originários sofram constantes ataques e violações, principalmente no que tange à demarcação de terra.
À Pulsar Brasil, Eliane Franco, do Conselho Indigenista Missionário de Goiás – Tocantins (Cimi), disse que um ponto que tem estado presente em muitas rodas de conversa é o impacto causado pelo projeto de desenvolvimento agrícola Matopiba, que irá afetar 28 terras indígenas, 34 quilombos, 865 assentamentos e 42 unidades de conservação.
Eliane destacou que na última quarta-feira (22), na cidade de Palmas, foi realizada uma manifestação que contou com 800 pessoas para denunciar os impactos do Matopiba. Além disso, a integrante do Cimi disse que a Assembleia preparou um documento que será entregue ao Ministério Público Federal relatando todas as violações trazidas com o projeto agrícola e exigindo que providências sejam tomadas. (pulsar)