Redação
O segundo turno das eleições presidenciais no Chile será entre José Antonio Kast, candidato da extrema-direita que obteve 27,92% dos votos e o adversário político à esquerda Gabriel Boric, que reuniu 25,80% dos votos válidos no último domingo (21).
A polarização tem sido a marca do processo eleitoral chileno. Kast, da Frente Social Cristiana, e Boric, da Apruebo Dignidad (Aprovo Dignidade), pertencem a polos políticos e ideológicos opostos.
Kast, em 2017, quando concorreu à presidência pela primeira vez, chegou a dizer que o ex-ditador Augusto Pinochet (1915-2006), se fosse vivo, votaria nele. Boric, por sua vez, costuma citar o ex-presidente socialista Salvador Allende (1908-1973), derrubado por Pinochet, no golpe com bombardeios em 1973, como referência.
Seguindo a cartilha clássica da extrema-direita, José Antonio Kast, advogado conservador de 55 anos, disse que o segundo turno da eleição será “entre a liberdade e o comunismo”. Ele chegou a sugerir que Boric levaria o país a “seguir os caminhos de Cuba e da Venezuela” e acusou o candidato de esquerda de apoiar atos violentos.
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Na contramão de Kast, Boric, de 35 anos, defende as políticas feministas e lembrou em seu discurso que os protestos de 2019, que resultaram na aprovação do plebiscito para a realização da constituinte que redigirá a primeira Constituição em tempos democráticos, não podem ter sido “em vão”.
Essa foi a primeira eleição em 16 anos sem Sebastián Piñera nem Michelle Bachelet como candidatos a presidente. Piñera é o atual presidente, mas enfrenta forte rejeição popular e acabou de escapar de um processo de impeachment. Bachelet é hoje alta comissária da ONU para os Direitos Humanos.
O segundo turno das eleições chilenas ocorrerá no próximo dia 19 de dezembro. Desde 2012 o país não obriga a população a votar. No último domingo, apenas 47% da população habilitada compareceu às urnas.
*Com informações da BBC e do G1