De acordo com o Boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta sexta-feira (21), o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pode voltar a crescer no Brasil. A análise dos dados recolhidos entre os dias 9 e 15 de maio revela que o novo aumento se deve, em grande parte, a infecções por coronavírus.
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Segundo o documento, mesmo após a redução ou estabilização do número de casos, em oito das 27 unidades da federação foram verificados sinais de crescimento na última semana. É o caso de Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Tocantins, Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o boletim, a tendência de queda dos casos foi interrompida nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Apenas Minas Gerais e Piauí permanecem com índices estáveis, embora altos. Inclusive, o boletim aponta que diversos estados ainda estão com com valores similares ou até mesmo superiores aos picos observados ao longo de 2020.
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Para o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, tal cenário reforça a importância de se ter cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão de Covid-19. Como os valores atingidos em diversos estados no ano de 2021 foram extremamente elevados, a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário seguro.
Segundo levantamento do Observatório Covid-19 da Fiocruz, no período entre os dias 28 de fevereiro e 6 de março deste ano − quando o sistema de saúde brasileiro esteve à beira de um colapso, com níveis críticos de ocupação de leitos – a incidência média de SRAG era de 15,5 casos por 100 mil habitantes. Atualmente, a média é de 11,4 casos a cada 100 mil habitantes.