Diversidade cultural e diferentes costumes é o que se encontra ao caminhar pelos arredores da Vila dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Debaixo de um sol de quarenta graus, as delegações convidadas estão terminando de chegar à cidade de Palmas, no Tocantins, para participar do megaevento esportivo.
Após a desistência de algumas nações, o Comitê Intertribal, estima que ao todo cerca de 26 países compareçam aos Jogos Mundiais. Mas, os problemas ligados à infraestrutura e logística estão se tornando cada vez mais evidentes.
A oca do artesanato faz parte dos cinco espaços destinados às atrações do evento, nela será permitida apenas a participação de dois indígenas de cada delegação convidada. O número de participantes, limitado na feira organizada pelo Sebrae, tem gerado o descontentamento de indígenas que chegam a Vila e são impedidos de participar por não estarem credenciados.
Merong Santos é Pataxó e vive com os Guarani Mbya, no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a organização tentou pegar a credencial após descobrir que apesar de pertencer a uma etnia convidada, vive com um povo que não irá participar dos Jogos. Merong destacou que os Jogos não devem excluir e sim agregar a população indígena.
Já Ubiranã, do povo Pataxó, que habita a região sul da Bahia, contou à Pulsar Brasil que sabia que o acesso à feira era limitado, mas que quer prestigiar o seu povo no evento e comercializar o artesanato, que é a principal fonte de renda para a maioria dos indígenas.
Questionado sobre a situação dos cerca de 40 indígenas que não poderão entrar na feira de artesanato, o organizador do evento e integrante do Comitê Intertribal, Marcos Terena, afirmou que nesta quarta-feira (21) será avaliada a disponibilidade de incluir nos estandes das delegações faltosas parte dos indígenas que estão do lado de fora. Mas Terena destacou que os indígenas precisam ser ‘educados’ para entender como funciona a estrutura de um megaevento. (pulsar)