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    Comunicação

    “Inspiração” e “referência”: o Brasil se despede de Glória Maria

    Com uma trajetória profissional marcada por pioneirismos, jornalista deixa enorme legado a milhares de jovens e mulheres negras
    fevereiro 3, 2023Nenhum comentário4 min para ler
    Glória Maria morreu vítima de um câncer com metástases cerebrais (Foto: TV Cultura/Gregory Grigoragi)

    Primeira repórter negra da televisão brasileira. Primeira mulher do país a cobrir uma guerra. Primeira mulher a entrar ao vivo na TV em cores. Primeira jornalista a participar de uma transmissão com alta definição na televisão brasileira. Primeira pessoa do país a usar a Lei Afonso Arinos (Lei 1390/51) para enfrentar um caso de racismo.

    Esses são apenas alguns itens da lista de pioneirismos da jornalista Glória Maria, que faleceu na última quinta-feira (2). Com mais de 50 anos no ar como repórter, apresentadora, âncora ou correspondente, Glória marcou a história da televisão brasileira e serviu de inspiração e referência para milhares de pessoas.

    Leia mais: 2023 será um ano de reconstrução para o jornalismo brasileiro, aponta estudo

    Após inúmeras homenagens prestadas ao longo de toda quinta-feira, a despedida da jornalista ocorreu nesta sexta-feira (3), no Crematório e Cemitério da Penitência, no Rio de Janeiro. A cerimônia de despedida foi restrita a amigos íntimos e familiares.

    Glória Maria morreu vítima de um câncer com metástases cerebrais. A jornalista deixa duas filhas, Maria, de 15 anos, e Laura, de 14.

    Referência

    Em artigo publicado no Portal Geledés, a jornalista Flávia Oliveira destaca que a morte de Glória Maria “encerra um capítulo glorioso do jornalismo feminino negro brasileiro”. Segundo ela: “Toda jovem, toda menina, toda mulher negra brasileira que um dia, a partir dos anos 1970 do século XX, imaginou ser jornalista, teve Glória Maria como referência”.

    Leia mais: Qual o real conceito por trás da “liberdade de imprensa”?

    Em relação à trajetória profissional de Glória, Oliveira também ressalta que, mais do que ser “uma jornalista negra de televisão”, Glória Maria “ousou ocupar todos os espaços possíveis do jornalismo de TV”, exercendo as funções de repórter, apresentadora, âncora, correspondente e tratando tanto de assuntos duros e sérios como também de pautas lúdicas e divertidas.

    “Poucas pessoas, talvez, compreendam o significado de uma mulher negra jornalista reportando uma montanha-russa. De tudo que Glória Maria tenha feito, talvez a coisa mais revolucionária tenha sido essa banalidade de descer uma montanha-russa. Diversão e lazer não são triviais. Diversão e lazer para pessoas negras no Brasil são luxo e privilégio, não direitos”, pontuou Oliveira.

    Racismo

    Sobre a luta contra o racismo no Brasil, Glória Maria dizia se orgulhar de ter sido a primeira pessoa no país a usar a Lei Afonso Arinos. Criada em 1951, a referida norma ainda não punia a prática de racismo como crime, mas como contravenção.

    “Eu fui barrada em um hotel por um gerente que disse que negro não podia entrar, chamei a polícia, e levei esse gerente do hotel aos tribunais. Ele foi expulso do Brasil, mas ele se livrou da acusação pagando uma multa ridícula. Porque o racismo, para muita gente, não vale nada, né? Só para quem sofre”, contou a jornalista em entrevista concedida, em 2020, ao Globo Repórter.

    Em outra entrevista, concedida ao colega de profissão e emissora, Pedro Bial, Glória também recordou do enfrentamento em episódios envolvendo o general e último ditador do regime civil-militar, João Baptista Figueiredo. “Passei todo o governo Figueiredo ouvindo ‘tira aquela neguinha da Globo daqui’”, lembrou

    Inspiração

    Além de amigos e fãs, entidades da imprensa e organizações sociais de todo o Brasil prestaram suas homenagens à Gloria Maria após a notícia de sua morte.

    A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) publicou em seu perfil nas redes sociais um trecho do artigo escrito pelo coordenador da Comissão de Igualdade Étnico-Racial da associação, Marcos Gomes. Nele, o autor afirma que a jornalista “ transformou uma trajetória pessoal em algo comum a todos nós” e agradece “pela referência que se tornou e pela história que escreveu”.

    Também através das redes, o Instituto Marielle Franco lembrou que a vida e carreira de Glória “abriu caminhos e inspirou muitas meninas e mulheres negras a seguirem seus sonhos”. A organização também publicou um vídeo de reportagem em que Glória encontra uma menina que, inspirada por ela, sonha em ser repórter de TV.

    “Relembrar esse momento lindo da Glória Maria é entender que o seu legado transcende o jornalismo. Obrigada por nos inspirar”, agradece o Instituto.

    Ainda sobre o legado de Glória Maria, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação publicou uma lista com “5 vezes que Glória Maria inspirou e foi pioneira”.

    5 vezes que Glória Maria inspirou e foi pioneira

    1
    É considerada a primeira repórter negra da TV brasileira

    2
    Foi a primeira brasileira a usar a lei contra o racismo

    3
    Foi a primeira mulher brasileira na cobertura de uma guerra

    — Intervozes (@intervozes) February 2, 2023

    Edição: Jaqueline Deister

    glória maria jornalismo morte
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    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

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