Há dois anos sem partido político, Jair Bolsonaro segue com dificuldades para encontrar uma legenda que o admita como candidato à reeleição em 2022. No último domingo (14), o ex-capitão teve a filiação ao Partido Liberal (PL) suspensa após discussão com o presidente da sigla, o ex-deputado federal preso e condenado por corrupção passiva, Valdemar de Costa Neto.
Caso pretenda concorrer às eleições de 2022, o chefe do Executivo tem até março do próximo ano, seis meses antes do pleito, para encontrar algum partido que o acolha. Na última segunda-feira (15), Bolsonaro confirmou que a filiação ao PL não está garantida e depende de negociações com os diretórios estaduais do partido.
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No início do mês, o presidente admitiu estar “em namoro” com outras duas legendas do chamado “Centrão”: o Partido Progressista (PP), do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).
PL
De acordo com nota emitida pelo PL, “após intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo” o presidente do partido e o presidente da República teriam decidido, de comum acordo, adiar a filiação marcada inicialmente para o dia 22 de novembro.
Segundo o próprio Bolsonaro, as principais questão seriam relativas: ao apoio do PL em São Paulo ao atual vice-governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB), para o cargo de governador; e aos acordos eleitorais estabelecidos por diretórios do partido nas regiões Norte e Nordeste com integrantes do Partidos dos Trabalhadores (PT) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em São Paulo, o conflito se dá pelo fato de Rodrigo Garcia ser o candidato de João Dória (PSDB), atual governador do estado, crítico declarado de Bolsonaro e possível candidato ao Planalto em 2022. Já em relação às coligações no Norte e Nordeste, como é caso do Piauí, onde o PL tem uma aliança com o governador Wellington Dias (PT), Bolsonaro disse não admitir participar de um partido que esteja “flertando com a esquerda em um outro estado”.
Isolamento
Desde que se desligou do Partido Social Liberal (PSL), em novembro de 2019, Bolsonaro tem tentado negociar com partidos que vão da extrema-direta ao centro, mas até o momento não conseguiu fechar acordo com nenhuma sigla.
Quando abandonou o partido que o elegeu, o ex-capitão chegou a lançar o Aliança Pelo Brasil, legenda que serviria para aglutinar seus apoiadores. Contudo, até hoje, o Aliança conseguiu apenas 155 mil assinaturas das 491 mil necessárias para o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).