O dirigente sindical Marcelo Arruda, 50 anos, assassinado pelo policial penal bolsonarista, Jorge Guaranho, foi enterrado nesta segunda-feira (11), em Foz do Iguaçu, no Paraná, sob forte comoção.
Marcelo foi morto enquanto comemorava o seu aniversário com a temática do pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva no último sábado (9).
Amigos e parentes do guarda municipal o chamaram de herói durante o velório por evitar uma chacina na festa que ocorria dentro da Associação Esportiva Segurança Física (Aresf).
Segundo a polícia, a arma de Jorge ainda possuía 11 munições intactas e relatos de testemunhas que estavam na comemoração afirmam que o atirador entrou gritando “aqui é Bolsonaro” e dizendo que mataria todo mundo.
O policial penal não respeitou a ordem da esposa de Marcelo e policial civil, Pâmela Silva, que apresentou o distintivo e exigiu que o policial parasse e nem de Marcelo, que se apresentou como guarda municipal. Jorge atirou contra Marcelo e só parou porque foi alvejado pelo dirigente sindical que mesmo ferido conseguiu atingir o assassino usando sua arma funcional.
“Lembrem que ele será sempre um herói. Um herói que não usou capa, não voa, não solta raio pelo olho. Mas é um herói que salva vidas. E que a gente possa ter essa história como ensinamento, e vamos acabar com essa história de ódio”, disse uma das pessoas no velório.
Ao portal UOL, o filho do militante petista, Leonardo Arruda, 26 anos, disse que ninguém na festa conhecia Jorge e que seu pai nunca teve medo de política e sempre atuou em prol dos direitos dos trabalhadores.
“Meu pai sempre fez uma política justa. Lutava muito pela classe dos trabalhadores. Ele sempre batia de frente com o sistema para alcançar os direitos dos trabalhadores de Foz do Iguaçu”, lembra Leonardo.
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Marcelo foi velado num ginásio esportivo da cidade com a presença de diversos militantes políticos do PT de Foz do Iguaçu. A deputada federal e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, esteve presente no velório de Marcelo. O partido condenou com veemência o crime de ódio político.
“Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário.” – afirma nota divulgada pelo PT no domingo (10).
Marcelo era diretor da executiva do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi) e na política partidária era tesoureiro do PT no município. O guarda municipal já foi candidato a vereador e vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo Partido dos Trabalhadores. O militante deixa esposa e quatro filhos.