Redação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, por omissão durante os ataques criminosos ocorridos em Brasília no último domingo (8) contra as sedes dos Três Poderes.
A decisão foi uma resposta ao pedido do advogado-geral da União, Jorge Messias, que solicitou a prisão em flagrante do secretário e agentes públicos que tiveram participação ou se omitiram para facilitar a ação terrorista.
A Advocacia-Geral da União (AGU) argumenta que os atos “importam prejuízo manifesto ao erário e ao patrimônio público e também causam embaraço e perturbação da ordem pública e do livre exercício dos Poderes da República, com a manifesta passividade e indício de colaboração ILEGAL de agentes públicos”.
Além de Torres, o ministro do Supremo também determinou a detenção do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fabio Augusto Vieira, que foi preso no início da noite desta terça-feira (10). O PM era o responsável pelo comando da corporação no domingo quando apoiadores extremistas de Jair Bolsonaro atacaram os prédios do Congresso, Palácio do Planalto e do STF.
Na tarde da última segunda-feira (9), o ex-ministro da Justiça divulgou um pronunciamento em suas redes sociais em que condena os ataques e afirma ser inocente das acusações de leniência.
“Nesse sentido, lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos. Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos”, finalizou.
A AGU também solicitou à Suprema Corte que determine às autoridades competentes a apuração e responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos atos ilícitos, incluindo agentes públicos, além da realização de perícia e outros atos necessários à coleta de provas.