Na próxima sexta-feira (22), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) receberá mais um prêmio internacional. Trata-se do Prêmio Comemorativo Esther Busser, uma distinção idealizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e dedicada à pessoas e organizações sociais empenhadas na promoção da justiça social em seus territórios.
Por sua atuação na defesa de condições dignas de vida e de trabalho para a população brasileira, o MST foi um dos cinco vencedores escolhidos entre centenas de candidatos do Sul Global pela agência da Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o movimento, apenas durante a pandemia de Covid-19 no Brasil, as famílias assentadas da Reforma Agrária doaram mais de cinco mil toneladas de alimentos e cerca de um milhão de marmitas. Ainda segundo o MST, neste mesmo período foi lançado o Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, que garantiu o plantio de mais de um milhão de árvores em todo território nacional e a construção de mais de 100 viveiros da Reforma Agrária Popular.
O Prêmio Esther Busser foi criado pela OIT em homenagem à pesquisadora e defensora dos direitos dos trabalhadores, Esther Busser. Especialista em políticas econômicas, Busser foi diretora adjunta da Confederação Sindical Internacional (ITUC) de 2009 a 2019, quando faleceu vítima de câncer, aos 48 anos.
A cerimônia de premiação será realizada de forma virtual às 8 horas de sexta-feira (22).
Reconhecimento
O Prêmio Esther Busser é a segunda condecoração internacional que o MST recebe em pouco mais de um mês. Em setembro, o movimento foi um dos vencedores do “Acampa – Pela Paz e Direito ao Refúgio”, prêmio espanhol voltado para pessoas e organizações reconhecidas pela atuação em defesa dos Direitos Humanos.
De acordo com os organizadores da premiação, o MST é considerado referência internacional quando o assunto é a defesa dos Direitos Humanos. Na página da Rede Acampa, idealizadora do prêmio, o movimento é descrito como uma das maiores organizações sociais mobilizadas em todo o mundo e “um dos movimentos mais potentes da América Latina”.
Fundado em 1984, no contexto da redemocratização do Brasil, o MST conta, atualmente, com cerca de 350 mil famílias assentadas em 24 estados nas cinco regiões do Brasil. De acordo com o movimento, entre suas maiores contribuições à sociedade estão a produção de alimentos saudáveis, a preservação do meio ambiente e “a luta intransigente dos direitos humanos e da universalização do acesso à educação e à saúde públicas de qualidade”.
Edição: Jaqueline Deister