Acorrentadas, mulheres realizaram protesto após o afastamento da presidenta Dilma, em Brasília. O ato simbólico reuniu 40 mulheres que ficaram presas durante a tarde de quinta-feira (12) nas grades de proteção do Palácio do Planalto. A ação chamou a atenção de outras pessoas que passavam pelo local e se solidarizaram com as manifestantes.
Entre as mulheres acorrentadas, estava a coordenadora do Coletivo Intervozes e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Bia Barbosa. Para a Pulsar Brasil, a militante destacou que o ato teve dois momentos marcantes. O primeiro foi representado pelas mulheres presas às grades do Palácio e fez alusão a resistência que está ocorrendo em todo o Brasil contra o golpe e o retrocesso na política de direitos. E o segundo, a ocupação da rampa do Planalto durante a posse de Michel Temer.
A ação foi logo repreendida com violência pela polícia distrital e do Palácio. No vídeo disponibilizado nas redes sociais é possível ver seguranças agredindo fisicamente as manifestantes com empurrões, cassetes e spray de pimenta.
Para Bia, a ocupação da rampa foi simbólica. De acordo com ela, a população subir a rampa mostra que aquele espaço deveria estar sendo ocupado pelo povo, a partir da legitimidade dos votos da população brasileira. A coordenadora do Intervozes ainda ressalta que a imagem de mulheres apanhando do lado de fora do prédio onde ocorria a posse do Vice-Presidente só reforça a incapacidade de diálogo do novo governo interino.
A avalanche de retrocessos prevista com a chegada de Michel Temer ao poder denota que tempos difíceis estão por vir para a população brasileira. A extinção de Ministérios, a não presença de mulheres no primeiro escalão da política e a nomeação de figuras tradicionalmente conhecidas pela repressão aos movimentos sociais, mostram que a esquerda precisará se reinventar e unir forças para garantir que as conquistas sociais não sejam perdidas. (pulsar)