Um cenário de abandono. Um ano após as Olimpíadas, o legado esportivo que ficou para a população do Rio foi o descaso. Na última terça-feira (22), o vereador Renato Cinco (PSOL) promoveu um debate na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para buscar soluções para o Complexo Esportivo do Maracanã, que deixou de ser um espaço de uso popular para se tornar um elefante branco do estado.
O evento contou com a participação do movimento ‘O Maraca é Nosso’; da treinadora do estádio de atletismo Célio de Barros, Edneida Freire; do líder da Aldeia Maracanã, José Guajajara; da subsecretária municipal de Esporte e Lazer, Patrícia Amorim e de usuários do complexo esportivo.
O encontro retomou a frente em defesa do Maracanã e já trouxe um indicativo de possíveis saídas para a crise que envolve o equipamento esportivo. A subsecretária Patrícia Amorim apontou que um dos caminhos emergenciais para a reabertura do complexo esportivo seria a municipalização do Maracanã.
Demian Castro é geógrafo e integrante da Campanha ‘O Maraca é Nosso’. Ele lembrou à Pulsar Brasil que o Maracanã nasce como um estádio municipal em 1950 e que está previsto na Lei Orgânica da cidade do Rio a municipalização da arena. Segundo ele, a municipalização seria interessante apenas se a Prefeitura integrar um debate público com a população, do contrário, a proposta pode cair no mesmo erro atual.
O Complexo do Maracanã é formado pelo estádio Mário Filho, Parque Aquático Julio Delamare e o estádio de Atletismo Célio de Barros. Durante a preparação da Copa e Olimpíadas, o governo do estado, então na gestão de Sérgio Cabral, colocou em prática o plano de privatização do espaço. O consórcio Maracanã S/A, liderado pela Odebrecht, venceu a licitação para administrar e explorar comercialmente o Maracanã por 35 anos. (pulsar)