No último final de semana, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC Brasil) realizou, em Teresina, o seminário O Futuro das Rádios Comunitárias em Tempos Digitais. O encontro reuniu cerca de 80 participantes, entre comunicadores e estudantes da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Durante o evento, dois temas foram bem discutidos, como a participação da mulher no rádio e o uso de novas ferramentas tecnológicas no dia a dia dos radialistas comunitários. Para Nubia Silva, da Rádio Coité FM, da Bahia, o ganho do encontro foi a possibilidade de trocar experiências com outros comunicadores que também lutam para fazer rádio comunitária no Brasil. Ela destaca ainda que o ponto negativo foi o fato do seminário não conseguir reunir mais comunicadores por conta da viabilidade financeira.
O encontro contou com a participação de indígenas e integrantes de movimentos negros. A irreverência e força de Mãe Beth de Oxum, do Ponto Cultural Coco de Umbigada e da Rádio Livre Amnésia, em Pernambuco, chamou a atenção dos presentes. Mãe Beth destaca a importância de ‘hackear’ a mídia e criar veículos para protagonizar a cultura dos povos tradicionais.
Mãe Beth realizou uma atividade cultural na noite de sábado (4) e deu o seu recado em forma de música. Ela cantou um coco para dizer as mudanças necessárias para virar o jogo e transformar a estrutura midiática que privilegia apenas uma minoria. O seminário contou com debates, oficinas e atividades culturais que movimentaram a Universidade Federal do Piauí (UFPI). (pulsar)