O desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo Dias de Souza na favela da Rocinha, na zona Sul do município do Rio de Janeiro, completou 10 anos. Para evitar o esquecimento do caso, a Organização Não Governamental (ONG) Rio de Paz realizou uma manifestação nesta quinta-feira (13), em frente ao Hotel Copacabana Palace, na capital fluminense.
Durante o ato, os manifestantes cobraram do governo do estado do Rio de Janeiro a responsabilização pelo desaparecimento de Amarildo e explicações sobre os demais desaparecidos no estado que, de acordo com a ONG, chegam a cinco mil por ano.
“Estamos perante um escândalo, agentes do poder público matam um cidadão brasileiro, ocultam o seu corpo e vivemos em uma cidade tomada de cemitérios clandestinos. É a barbárie. Como não protestar?”, disse à Agência Brasil.
O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza desapareceu entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares e conduzido, da porta de sua casa, na favela da Rocinha, em direção à sede da Unidade de Polícia Pacificadora do bairro. De acordo com a Justiça, ele foi torturado e morto por policiais e seu corpo nunca foi encontrado.
Ao todo, 25 policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão, e 12 foram condenados pelo sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver de Amarildo. Nenhum está preso e seis seguem trabalhando na polícia.
Ainda nesta quinta-feira, a ONG lançará, às 20h, no Estação Net, no bairro de Botafogo, o documentário “Cadê Você?” que fala do drama vivido por famílias que buscam por entes queridos desaparecidos no Rio de Janeiro.
*Com informações da Agência Brasil.