Debate político, festa, articulação, mobilização. Essa é a proposta do “Emergências“, evento que acontece no Rio de Janeiro e região metropolitana desde a última segunda-feira (7) e tem programação até o próximo domingo (13). Pensadores, ativistas, artistas, produtores culturais, gestores e agentes políticos do Brasil e da América Latina participam do encontro, que possui um formato colaborativo e autogestionado em alguns aspectos.
De acordo com Ivana Bentes, uma das organizadoras do evento pela Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, do Ministério da Cultura (MinC), cerca de 50 movimentos sociais tradicionais e novos se envolveram no processo de construção do evento. Ela calcula que circulam pelos espaços três mil pessoas diariamente, duas mil estão acampadas no parque Quinta da Boa Vista.
Para Ivana, o Emergências foge dos formatos tradicionais, é a articulação da cultura com outras questões urgentes e relevantes. Ela cita como eixos transversais a comunicação, a questão ambiental, a questão indígena e a economia solidária. O objetivo é colocar a cultura na centralidade das discussões políticas.
Segundo Bruna Rocha, participante do encontro, diretora de mulheres da UNE (União Nacional dos Estudantes), ativista feminista e do movimento negro, o Emergências possui tanto pontos positivos quanto contradições. Apesar de inaugurar uma linguagem nova, ela acredita que o evento deixa a desejar na representatividade dos movimentos emergentes e periféricos. Para Bruna, grande parte das pessoas importantes que participam das discussões pensam sobre os emergentes, mas não fazem parte deste grupo. Ela afirma que o movimento negro sentiu falta de alguns espaços mais enegrecidos e de uma centralização da pauta do extermínio de sua juventude.
Porém, para a ativista o evento se supera no que se refere às mulheres, pois disponibilizou espaços e fomentou debates feministas que dão conta dos mais diversos temas. (pulsar)