Em 2023, 91 das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados serão ocupadas por mulheres. Embora ainda seja pouco, o número representa um crescimento de 18% em relação às últimas eleições, quando foram eleitas 77 deputadas federais.
De acordo com levantamento produzido pelo Instituto Alziras, em sete estados e no Distrito Federal as mulheres foram as mais votadas para a Câmara. Entre elas, a que obteve o maior apoio foi Dra. Alessandra Haber (MDB), com 258.907 pelo Pará. Em seguida vem Silvye Alves (União), eleita por Goiás com 254.653 votos, e Carolina de Toni (PL), com 227.632 votos de Santa Catarina.
Na região Nordeste se destacam a deputada Natália Bonavides (PT), reeleita pelo Rio Grande do Norte com 157.565 votos; Yandra de André (União), eleita pelo Sergipe com 131.471 votos; e Detinha (PL), com 161.206 do Maranhão. A lista das mais votadas conta ainda com Socorro Neri (PP) que obteve 25.842 votos no Acre e Bia Kicis, reeleita pelo Distrito Federal com 214.733 votos.
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Nos estados de Alagoas, Amazonas, Paraíba e Tocantins nenhuma candidata a deputada federal foi eleita.
Ainda segundo o levantamento do Instituto Alziras, a Federação Brasil Esperança, formada pelo PT, PCdoB e PV, terá a maior bancada feminina na Câmara em 2023, com 21 deputadas federais. Em segundo lugar aparece o PL, com 17 representantes eleitas. O MDB e o União Brasil empatam na terceira colocação com nove deputadas cada um, e a Federação PSOL-Rede vem em quinto com oito parlamentares mulheres.
As demais siglas e federações que elegeram deputadas federais em 2022 foram PSD (4), PP (4), Podemos (3), PDT (3), Federação PSDB-Cidadania (3), PSB (2), Novo (1), Solidariedade (1) e Avante (1).
O Instituto Alziras ainda ressalta que das 91 deputadas eleitas, 58 se declaram como brancas (64%) e 29 como pretas ou pardas (32%). Pela primeira vez na história, a Câmara também terá quatro deputadas que se declaram como indígenas (4%): Sônia Guajajara (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Juliana Cardoso (PT-SP) e Silvia Waiãpi (PL-AP).
Em relação ao gênero, o levantamento destaca a eleição inédita de duas mulheres transexuais para a Câmara dos Deputados: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). Antes de serem eleitas deputadas, ambas foram as primeiras vereadoras trans nos estados de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente.
Hilton e Salabert também estão na lista do(a)s 50 deputados e deputadas mais bem votado(a)s do país. A primeira na 17ª posição, com 256.903 votos, e a segunda na 39ª colocação com 208.332 votos.
Crescimento tímido
De acordo com o Instituto Alziras o aumento do percentual de mulheres eleitas foi maior em 2018 do que em 2022. Enquanto nas últimas eleições o crescimento foi de 50%, neste ano não chegou a 20%.
Contudo, ainda segundo o instituto: “reconhecer as pequenas vitórias é um estímulo, nos preenche de energia para os próximos passos”.
“A democracia brasileira precisa de nós! E será através das mulheres que defendem a democracia, o meio ambiente, os direitos humanos, o orçamento com perspectiva de gênero, o enfrentamento ao racismo e a todas as formas de opressão que avançaremos!”, publicou em rede social.
Edição: Jaqueline Deister