Facebook Twitter Instagram
    Agência Pulsar Brasil
    Facebook Twitter Instagram Whatsapp
    Amarc
    • Editorias
      • Gênero
      • Direitos Humanos
      • Política
      • Meio Ambiente
      • Internacional
      • Opinião
      • Comunicação
      • Geral
      • Cultura
    • Quem somos
    • Colunistas
    • Notícias da Rede
    • Outras agências
    • AMARC
    Agência Pulsar Brasil
    Você está aqui:Início » O que a compra do Twitter por Elon Musk tem a ver com a regulação das plataformas digitais no Brasil?
    Comunicação

    O que a compra do Twitter por Elon Musk tem a ver com a regulação das plataformas digitais no Brasil?

    Para pesquisadora, negócio de US$ 44 bilhões chama a atenção para a necessidade de limitar o poder cada vez maior das “bigtechs” em todo mundo
    abril 29, 2022Nenhum comentário6 min para ler
    A compra do Twitter deve ser concluída ao longo de 2022 (Foto: Pixabay)

    Desde que foi divulgada no início da semana, a compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk tem gerado uma série de comentários e discussões em redes sociais, jornais e portais de notícia em todo o mundo. Na última segunda-feira (25), o Twitter comunicou oficialmente que aceitou a oferta de 44 bilhões de dólares de Musk, que já é dono da fabricante de carros elétricos, Tesla, e da empresa de sistemas e transporte espacial, SpaceX.

    De acordo com a o informe da rede social, a proposta de Musk foi aprovada por unanimidade pelo conselho da empresa e a compra deve ser concluída ao longo de 2022. Caso se confirme a aquisição, o Twitter passará a ser uma companhia de capital fechado, o que significa que será administrado como empresa privada e, portanto, suas ações não estarão mais disponíveis para negociação na bolsa de valores.

    Considerado o homem mais rico do mundo, com patrimônio avaliado em 273 bilhões de dólares, segundo a Bloomberg, Elon Musk tem anunciado que pretende fazer algumas “melhorias” no modelo de funcionamento da plataforma, sobretudo no que diz respeito à liberdade de expressão. De acordo com o próprio bilionário: “A liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento e o Twitter é a praça da cidade digital onde assuntos vitais para o futuro da humanidade são debatidos”.

    Leia mais: STF libera Telegram após aplicativo atender exigências de prevenção e combate à desinformação

    Embora ainda não haja clareza sobre as reais intenções de Musk, o anúncio de que uma das maiores redes sociais do mundo passará a ser propriedade de uma única pessoa tem reforçado a preocupação de ativistas, pesquisadores e demais profissionais ligados à defesa da democracia e dos direitos digitais.

    No Brasil, por exemplo, onde há mais de dois anos setores da sociedade têm discutido junto ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 2630/2020 – apelidado “PL das Fake News” – a Coalizão Direitos na Rede (CDR), que reúne mais de 50 organizações em defesa dos direitos digitais, lançou na terça-feira (26) a campanha “Regulação de Plataformas”, que defende a elaboração de instrumentos legais que regulem a atuação de plataformas digitais no país.

    Conforme explica a própria Coalizão, “regular plataformas de internet é uma tarefa urgente na nossa agenda democrática e dos direitos humanos na era digital”. Ainda segundo a CDR, além de garantir o respeito ao ecossistema digital, a regulação das plataformas também pode servir como “mecanismo determinante para prevenir o desequilíbrio de forças entre os atores políticos e a prevalência artificial de discursos autoritários, que venham a ferir ainda mais a nossa democracia e soberania nacional”.

    Monopólio da verdade

    Para Gyssele Mendes, pesquisadora e coordenadora executiva do Coletivo Intervozes, a compra do Twitter por Elon Musk “tem tudo a ver” com o debate sobre regulação das plataformas porque chama a atenção para a concentração de poder (econômico, político, social) cada vez maior das chamadas “bigtechs”, isto é, as grandes empresas de tecnologia.

    “Quando a gente fala de regulação de plataformas, a gente está falando de criar dispositivos legais e medidas que ajudem a limitar o poder dessas companhias, que são internacionais, transnacionais, e que têm um poder absurdo nas nossas vidas. Um poder que é capaz de mudar os rumos de uma eleição ou até de um país”, pontuou a pesquisadora à Pulsar, recordando, como exemplos, as eleições de Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016, e de Jair Bolsonaro no Brasil, em 2018.

    Gyssele ainda explica que, do ponto de vista das organizações ligadas à defesa dos direitos digitais, a regulação das plataformas deve funcionar, na prática, como uma “corregulação”. Ou seja, deve combinar, de forma complementar, a criação de dispositivos legais pelo Estado – através do Poder Legislativo e de órgãos regulatórios – com os dispositivos de autorregulação das próprias plataformas. Segundo a pesquisadora, tal estratégia impediria que as empresas se tornem “as donas da verdade” definindo “o que pode e o que não pode estar na internet”.

    “Quando a gente pensa, por exemplo, no debate sobre moderação de conteúdos na internet, hoje são as próprias plataformas que dizem o que pode e o que não pode estar na internet. Elas se colocam no lugar de juízes da verdade. E a gente sabe que isso pode ser muito perigoso. A gente vê aí movimentos sociais, mídias alternativas e ativistas tendo seus conteúdos excluídos, tendo seu alcance reduzido. E quem define isso? Quem é o juiz disso? São essas plataformas. Então elas precisam ter seus poderes limitados”, afirmou.

    Liberdade de expressão

    Em relação às intenções de Musk à frente do Twitter, a coordenadora executiva do Intervozes destaca que é publicamente conhecido o posicionamento “absolutista” do bilionário em torno da liberdade de expressão. Para Mendes, isso pode se tornar um problema visto que “considerar que ‘todo mundo pode falar qualquer coisa’ é uma ideia de liberdade de expressão absoluta que não existe”.

    “A liberdade de expressão, assim como os demais direitos humanos, está inter-relacionada a outros direitos e possui uma relação de interdependência com eles. Ou seja, o meu direito vai até onde o direito do outro começa. O discurso de ódio, o discurso racista e o discurso xenofóbico, por exemplo, são discursos que não estão dentro do espectro da liberdade de expressão. São discursos que tem que ser limitados de alguma forma, e você tem aí diversos tratados e acordos internacionais de direitos humanos que tratam essas questões”, ressaltou Gyssele.

    A pesquisadora ainda citou, como fonte de preocupação, a possibilidade de Musk tornar o Twitter uma empresa de capital fechado. Segundo ela, enquanto companhia com ações listadas na bolsa de valores, o Twitter ainda é obrigado a desenvolver mecanismos de transparência para atender demandas do mercado de ações. Como empresa de capital fechado, a plataforma não teria mais essa obrigação.

    Robôs

    De acordo com levantamento da plataforma Bot Sentinel, em apenas dois dias após o anúncio da compra do Twitter por Musk o perfil do presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu 65 mil novos seguidores. Contudo, ainda segundo a plataforma, mais de 61 mil perfis dos novos seguidores foram apontados como “não autênticos”. Eram perfis de robôs (bots) criados horas depois da divulgação da venda da rede social.

    Leia mais: Mais de 68 mil contas falsas foram criadas no Twitter para apoiar golpe na Bolívia

    Também foram analisados os perfis de aliados do presidente como a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), os ex-ministros Damares Alves, Tarcísio Freitas e o general Augusto Heleno. Dos 101.867 novos seguidores de Zambelli, 54.483 também foram identificados como não autênticos. No caso, do filho do presidente, dos 75.702 novos seguidores, 46.868 eram robôs. O mesmo se repetiu com a ex-ministra Damares (recebeu 60.217 seguidores, sendo 39.863 robôs), Tarcísio (83.244 seguidores, sendo 64.765 de não autênticos) e Heleno (53.789, sendo 78% de perfis falsos).

    Em comunicado à imprensa, o Twitter declarou que não observou anormalidades nas novas movimentações e especula que o movimento de novos seguidores pode ser efeito da criação de novas contas e desativação de perfis que estavam congelados.

    Edição: Jaqueline Deister

    comunicação plataformas rede social regulaçao twitter
    Compartilhe! Facebook Twitter WhatsApp
    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

    Posts Relacionados

    “Quem controla a mídia?”: Intervozes faz pré-lançamento de livro no Fórum Social Mundial 2023

    Inscrições abertas para mais de 280 canais de rádios comunitárias em todo Brasil

    2022 chega ao fim trazendo a esperança de um novo amanhã

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    Mais recentes
    janeiro 26, 2023

    “Ainda há muitas perguntas sem respostas”, afirmam indígenas após indiciamento de mandante dos assassinatos de Dom e Bruno

    janeiro 25, 2023

    Atingidos por barragens protestam por reparação e justiça após quatro anos do crime da Vale em Brumadinho (MG)

    janeiro 24, 2023

    “Quem controla a mídia?”: Intervozes faz pré-lançamento de livro no Fórum Social Mundial 2023

    janeiro 23, 2023

    Governo Federal dá início a ações emergenciais de apoio aos povos Yanomami

    Mais lidos
    • “Quem controla a mídia?”: Intervozes faz pré-lançamento de livro no Fórum Social Mundial 2023
    • Inscrições abertas para mais de 280 canais de rádios comunitárias em todo Brasil
    • Violência contra a mulher: Brasil ocupa 5° lugar no ranking mundial de feminicídios
    • Governo Federal dá início a ações emergenciais de apoio aos povos Yanomami
    • Após repercussão, Polícia Federal investiga estupro e morte de menina indígena em Terra Yanomami
    Podcast
    junho 20, 20220

    Pulsar Brasil lança série de podcast sobre a participação de mulheres na política brasileira

    Educação
    maio 12, 20220

    Enem 2022: Inscrições abertas até o dia 21 de maio

    Geral
    abril 22, 20220

    Entenda o indulto concedido por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira

    Geral
    março 15, 20220

    Com nova alta de preços, custo da cesta básica consome 56% da renda de quem recebe um salário mínimo

    Gênero
    março 8, 20220

    8M: “Estamos fortalecidas e vamos, sim, mudar o mundo”, afirmam comunicadoras da Amarc

    Coberturas especiais
    fevereiro 11, 20220

    Dia Mundial do Rádio: Comunicadores comunitários falam sobre a importância do “avô das mídias” nos dias de hoje

    • Facebook
    • Twitter
    Agência Informativa Pulsar Brasil
    Um programa da Amarc Brasil

    QUEM SOMOS contato@agenciapulsarbrasil.org

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.