Após uma sequência de megaeventos esportivos no Rio de Janeiro, o ano se encerra com o estado afundado em dívidas. A história começa antes mesmo dos Jogos Pan-Americanos, Copa do Mundo e Olimpíadas, mas é certo que os gastos públicos com esses megaeventos foram bem altos. Para tentar entender o cenário atual, a Pulsar Brasil conversou com Paulo Lindesay, coordenador da Auditoria Cidadã da Dívida do Rio de Janeiro.
Antes mesmo das Olimpíadas, o estado decretou calamidade pública. O principal objetivo desse decreto foi justamente conseguir mais empréstimos para a conclusão de obras e pagamento de serviços ligados aos Jogos Olímpicos.
De acordo com Paulo Lindesay, a concessão de benefícios fiscais a grandes empresas é um dos fatores que está no centro dos debates sobre a falência do Rio de Janeiro. Ele afirma que não houve contrapartidas com as isenções fiscais.
Já na questão dos gastos exorbitantes do estado, o coordenador lembra, por exemplo, que somente para despoluição da Baía de Guanabara, já foram firmados quatro contratos que não foram cumpridos.
Segundo Paulo, não se pode pensar na situação do Rio sem pensar na história. Ele afirma que o ex-governador Sérgio Cabral contribuiu muito para essa situação, mas que o problema é anterior a ele.
Paulo Lindesay acredita que é muito importante que a população se aproxime desse debate, o que é uma das preocupações da Auditoria Cidadã da Dívida, que realizou um estudo sobre o caso do Rio. Para ele, a grande mídia e o capital financeiro têm papel fundamental na crise do estado. (pulsar)