Redação
As fortes chuvas e rajadas de vento provocadas pelo ciclone extratropical que passou pelo Rio Grande do Sul no início desta semana já fizeram 21 vítimas fatais. A informação foi divulgada nesta terça-feira (5) pelo governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).
Segundo a Defesa Civil, do total de mortes registradas até o momento, 15 ocorreram no município de Muçum. No início desta terça, a Prefeitura do município que fica às margens do Rio Taquari informou que 80% da cidade está debaixo d’água.
As outras seis mortes no estado foram confirmadas em cidades da região norte, como Mato Castelhanos, Passo Fundo, Ibiraiara, Lajeado e Estrela. Ao todo 62 municípios foram afetados por alagamentos e tempestades.
Na manhã desta terça-feira, moradores de cidades do Vale do Taquari, como Roca Sales e Muçum, tiveram que subir nos telhados para escapar da inundação. Em Encantado, a Defesa Civil chegou a apelar para que proprietários de barcos e jet-skis ajudassem a retirar as famílias ilhadas.
De acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira pela Defesa Civil, até o momento 426 pessoas estão desabrigadas e 215 desalojadas.
Em Santa Catarina, um homem também morreu no município de Jupiá após ter o carro atingido por uma árvore durante a tempestade. Outras três pessoas ficaram feridas em Balneário Camboriú e Itajaí, no Litoral Norte.
Ciclone
Na última sexta-feira (1), o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) havia indicado a formação de um ciclone extratropical no oeste do Rio Grande do Sul. Segundo o órgão, a previsão é que o ciclone se desloque em direção ao sudeste do estado até o mar.
Os ciclones extratropicais são centros de baixa pressão atmosférica que se formam fora dos trópicos, em médias e altas latitudes. No Brasil, tais fenômenos costumam ocorrer na região Sul, entre o estado do Rio Grande do Sul, a Argentina e Uruguai.
Embora tenham efeitos mais brandos que os ciclones tropicais, os ciclones extratropicais podem provocar temporais, enxurradas e inundações nas regiões próximas a sua trajetória.
Ajuda
De acordo com o governo do Rio Grande do Sul, desde segunda-feira a Defesa Civil do estado tem monitorado os riscos hidrológicos e prestado auxílio aos municípios atingidos com helicópteros e embarcações. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Exército Brasileiro também cederam aeronaves e embarcações para as ações de salvamento.
Nesta terça-feira, O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou que o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Wolf, visitará as regiões afetadas pela passagem do ciclone.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul informou que a população pode ajudar as famílias atingidas com doações de alimentos não perecíveis, produtos de higiene e limpeza, agasalhos, roupas de cama e colchões. Os itens podem ser entregues nos pontos de coleta da Campanha do Agasalho.
No caso específico da doação de colchões, a entrega deve ser feita na Central de Doações da Defesa Civil, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), em Porto Alegre.
*Com informações do G1, Folha de S. Paulo, O Dia e Metrópoles