

Na Argentina, o Dia do Jornalista é comemorado em 7 de junho e, para marcar a data, o Sindicato da Imprensa de Buenos Aires (Sipreba) divulgou dados sobre a brutal perda de poder aquisitivo dos trabalhadores da imprensa e a precariedade do emprego no setor.
Embora 57% dos jornalistas da área metropolitana de Buenos Aires tenham mais de um emprego, isso não compensa a deterioração da renda dos profissionais: 45% têm salários abaixo da linha de pobreza, que no país é estimada de acordo com o valor da cesta básica total de bens informada periodicamente pelo Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec). Em maio o índice ultrapassou 200 mil pesos argentinos.
Os números são ainda mais alarmantes de acordo com o setor em que atuam. Na imprensa escrita, 63% dos trabalhadores estão abaixo da linha de pobreza. O indicador aumenta para 70% no rádio. A situação salarial melhora na televisão, onde apenas 8,5% não atingem essa cifra, mas somente 16% do total conseguem viver com apenas um emprego.
Outro aspecto abordado na pesquisa tem a ver com agressões ou ameaças sofridas por ser jornalista ou trabalhar na imprensa. Do total de entrevistados, 17% dos comunicadores relataram tê-las recebido no último ano.
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A pesquisa integral sobre a situação socioeconômica dos jornalistas da região metropolitana de Buenos Aires entrevistou mais de mil trabalhadores de 140 meios de comunicação (privados, públicos e autogeridos) da imprensa escrita, radiofônica e televisiva.
“A situação é crítica”, afirmou o Sibrepa durante a apresentação do relatório. Em tom de alerta, o sindicato acrescentou que o “contexto de ajuste na mídia e a depreciação dos salários” também têm consequências para o exercício do jornalismo como “garantia do direito à informação”.
Edição: Filipe Cabral