A quase um ano das Olimpíadas, o arquiteto Lucas Faulhaber lança o livro SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro olímpico. Após fazer um mapeamento das remoções durante a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB) entre 2009 e 2013, Faulhaber se juntou à jornalista Lena Azevedo e ao fotógrafo Luiz Baltar para ilustrar a história de 12 moradores que tiveram que deixar suas casas e exemplificar o drama vivido por cerca 70 mil pessoas na cidade.
De acordo com o arquiteto, as remoções são uma estratégia recorrente na história do Rio de Janeiro e fazem da exclusão o resultado de um planejamento urbano que viola direitos. Somente o atual prefeito removeu mais pessoas do que Pereira Passos e Carlos Lacerda juntos. A pesquisa foi baseada em dados da Secretaria Municipal de Habitação.
Para Faulhaber, os megaeventos esportivos tanto viabilizam as violações de direitos quanto dão visibilidade a elas. Ele acredita que ao mesmo tempo em que a Copa do Mundo e as Olimpíadas são utilizadas como justificativa para as remoções, esses eventos também ajudam a mostrar para o mundo as lutas sociais. Porém, Lucas ainda lembra a questão da grande mídia brasileira, que não coloca este tipo de assunto na sua programação.
Outro ponto importante está relacionado à especulação imobiliária. A pesquisa aponta que as remoções ocorrem em terrenos que futuramente podem virar condomínios de luxo, é um ciclo vicioso composto por doações de empreiteiras para as campanhas eleitorais para depois terem benefícios relacionados aos terrenos. Um dos casos mais emblemáticos é o da Vila Autódromo.
Lucas Faulhaber lança o livro na próxima quarta-feira (13), na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), às seis horas da tarde. (pulsar)