Redação
A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (16), a nova política de preços de combustíveis que substituirá o mecanismo de Preço de Paridade de Importação (PPI). A decisão foi tomada na última segunda-feira (15) pela Diretoria Executiva (DE) da empresa.
Implementado em 2016, durante o governo de Michel Temer – e mantido pelo governo Bolsonaro – o PPI atrelava o preço da gasolina e do diesel no Brasil às oscilações do mercado internacional. De acordo com a Petrobras, a nova estratégia comercial adotará como referências de mercado o “custo alternativo do cliente” – que será priorizado no processo de precificação – e o “valor marginal” para a empresa.
Em nota, a Petrobras explica que o custo alternativo do cliente “contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”. Já o valor marginal, se baseia “no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.
Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a nova estratégia permitirá à empresa “ser mais eficiente e competitiva, atuando com mais flexibilidade para disputar mercados com seus concorrentes”.
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Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida e divulgados nos canais de comunicação aos clientes e no site da companhia. Neste sentido, a diretoria da empresa afirma que, além de garantir a sustentabilidade financeira, a nova política de precificação também diminuirá o repasse da instabilidade dos preços internacionais e do câmbio aos consumidores brasileiros.
“Reforçamos nosso compromisso com a geração de valor e com a sustentabilidade financeira de longo prazo, preservando nossa atuação em equilíbrio com o mercado, ao passo que entregamos aos nossos clientes maior previsibilidade por meio da contenção de picos súbitos de volatilidade”, diz a nota divulgada nesta terça.
Mais barato
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, definiu o dia do anúncio da nova política como “um dia a ser comemorado”. Segundo ele, a nova estratégia comercial da Petrobras “abrasileira” os valores dos combustíveis no mercado nacional e, com isso, o brasileiro deixará de pagar pelos combustíveis como se fossem importados.
“O Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, a Petrobrás tem grande parque de refino e utiliza majoritariamente petróleo nacional que ela mesma produz”, explicou Bacellar, que ainda acrescentou:
“O Brasil terá gás de cozinha, gasolina e diesel mais baratos, pois os custos nacionais de produção, em reais, entrarão na composição dos preços”.
O sindicalista lembra que em 2016, um dia antes da implantação do PPI pelo governo de Michel Temer (MDB) “o gás de cozinha, para o consumidor, custava em média R$ 55,35 no Brasil. O litro da gasolina era vendido a R$ 3,65. O diesel custava R$ 3,00”. Hoje, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço do gás está em R$ 108,13, a gasolina em R$ 5,52 e o diesel em R$ 5,65.
*com informações da Agência Brasil e Federação Única dos Petroleiros