Nesta sexta-feira (4) é comemorado em todo o Brasil o Dia da Favela. A data faz referência ao dia quatro de novembro de 1900, quando o termo “favela” apareceu pela primeira vez em um documento oficial.
Na ocasião, a palavra foi utilizada pelo delegado da 10ª Circunscrição e chefe de polícia do Rio de Janeiro – que na época era capital do país – para se referir ao Morro da Previdência, comunidade localizada no bairro da Gamboa, região central do Rio de Janeiro, e cujos primeiros moradores eram soldados que participaram da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia.
“Favela”, inclusive, é o nome de uma espécie de arbusto rasteiro que havia em Canudos e até hoje pode ser encontrada em regiões da Caatinga de estados como Bahia, Paraíba, Pernambuco e Piauí. Após a inclusão do termo no documento oficial, tornou-se comum também chamar de “favelados” as pessoas que residem em tais comunidades.
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Em 2022, embora as favelas e seus moradores ainda sejam alvos de uma série de preconceitos e violências por parte do Estado e da própria sociedade brasileira, elas também têm sido reconhecidas por milhares de pessoas e organizações como espaços de potência, trabalho, inovação e transformação social. Prova disso foram as centenas de publicações em redes sociais que, nesta sexta-feira, defendem e celebram esse novo olhar sobre os territórios e a população que vive nas favelas.
“Cria” do conjunto de favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a jornalista, pesquisadora e escritora Gizele Martins, foi uma das ativistas que usou as redes para defender o direito à vida nas favelas.
Bom dia! Hoje é o dia da favela! Ainda não vencemos! Venceremos quando tivermos todos os direitos garantidos. Viva a favela e viva o povo que vem dela! Somos povo que luta todos os dias pelo direito à vida! Viva! Viva o meu lugar Favela!
— Gizele Martins (@giz_omartins) November 4, 2022
O atual presidente da Central Única de Favelas (Cufa), Preto Zezé, também aproveitou a data para “exaltar as vitórias” e lembrar que “favela não é carência, favela é potência!”.
Hoje a @CUFA_Brasil realiza atividades em todo o país p/celebrar as conquistas , exaltar as vitórias e pautar a favela como território de potências. Pois como diz o professor @celsoathayde favela não é carência, favela é potência! Viva favela,Viva dia 4 de novembro. #DiadaFavela
— PRETO ZEZÉ (@pretozeze) November 4, 2022
Fundado em 2005 pelo, hoje, jornalista, ativista e influenciador digital Renê Silva, o jornal Voz das Comunidades, do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, ressaltou a importância da luta “por informação, educação e cultura de qualidade” para o povo que vive nas favelas.
Hoje é o Dia da Favela! A gente ainda não venceu, mas vale lembrar e afirmar que somos POTÊNCIA, transformação e futuro! Na favela tem criança, trabalhador, doutor, tem GENTE! E seguiremos na luta por informação, educação e cultura de qualidade para os moradores! pic.twitter.com/FvYJUzwKjt
— Voz das Comunidades – CRIA DO CPX (@vozdacomunidade) November 4, 2022
O Dia das Favelas também foi tema de publicações de políticos eleitos em 2022, como a deputada federal Talíria Petrone (PSOL) e Luiz Inácio Lula da Silval (PT). A parlamentar e novo presidente da República fizeram questão de destacar “a luta contra a miséria e o genocídio da juventude negra” e a afirmação das comunidades periféricas como “espaços de produção de cultura e conhecimento”.
Hoje é o Dia da Favela: data de celebrar toda a vida, diversidade, potência e resistência que pulsam em cada morro. Dia de reafirmar que o povo favelado merece respeito, dignidade e oportunidades e reforçar a luta contra a miséria e o genocídio da juventude negra ✊🏾
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) November 4, 2022
Favelas são espaços de produção de cultura e conhecimento, onde moram milhões de trabalhadores. Não podem ser sinônimo de abandono e violência. O Brasil do futuro é um país que oferece educação, saúde, transporte e lazer à periferia. #DiaDaFavela #EquipeLula
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/QRDobimBMw
— Lula (@LulaOficial) November 4, 2022