O domingo (13) foi marcado por protestos contra o governo federal em 17 estados. Os manifestantes pediam o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o fim da corrupção, a saída do Partido dos Trabalhadores (PT) do governo e também a prisão de Lula.
A capital paulista foi o local onde concentrou o maior número manifestantes. Dados do Data Folha apontam que cerca de 500 mil pessoas saíram às ruas nesse domingo. O movimento contou com a presença de políticos e partidos da oposição e com organizações de direita como o Movimento Brasil Livre, Revoltados Online e Vem Pra Rua. Os atos que ocorreram no final de semana mostraram que a onda conservadora está se tornando cada vez mais presente no país.
A Pulsar Brasil conversou com o cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcio Malta sobre o fortalecimento dos protestos anti-PT e o riscos para a democracia de uma perda de legitimidade dos poderes Executivo e Legislativo.
Para Malta, o elemento novo e preocupante nos protestos de domingo foi a forte rejeição das instituições políticas como um todo. Segundo o cientista político, o Brasil é uma democracia recente em termos de pós ditadura-militar e este cenário de fragilização das instituições democráticas causa muita insegurança.
O pesquisador ainda chamou a atenção também para o processo de judicialização da política. De acordo com ele, este processo está em curso desde que Joaquim Barbosa era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e hoje quem assume este papel é o juiz Sérgio Moro.
Malta destacou que a banalização do recurso da prisão utilizada pelo juiz durante a Operação Lava Jato ressalta o quanto o judiciário tem extrapolado a sua função e, por vezes, agido de forma ilegal desrespeitando a própria Constituição Federal. (pulsar)