Estudante, trabalhadores, sindicatos e movimentos sociais tomaram as ruas de todo o Brasil contra a Reforma da Previdência. O primeiro maior protesto do país após o impeachment de Dilma Rousseff ocorreu em 22 capitais e levou cerca de um milhão de pessoas às ruas em todo o país.
No Rio de Janeiro, as quatro pistas da Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, foram tomadas pelos manifestantes. A insatisfação popular com o presidente Michel Temer estava presente nos cartazes pedindo a ‘reforma da presidência’ e nos gritos de ‘Fora Temer’.
O deputado estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Eliomar Coelho, destacou a ilegitimidade do governo de Michel Temer para mudar a lei da previdência social e comparou a situação do país com o estado do Rio de Janeiro. Para ele, os parlamentares estão ‘encastelados’ e não levam em conta os anseios da população.
E os ‘anseios da população’ destacados pelo deputado são na verdade direitos assegurados pela Constituição Federal. A estudante Lorena Guimarães de 15 anos é aluna da Escola Técnica Estadual Ferreira Viana da Tijuca. A jovem relatou que na sua unidade de ensino o abandono do poder público e o atraso no pagamento dos funcionários são os principais problemas. Para ela, o momento é de união entre estudantes e trabalhadores para evitar o ataque aos direitos sociais.
O papel da grande mídia na defesa da Reforma da Previdência também foi destaque. O deputado estadual Gilberto Palmares do Partido dos Trabalhadores (PT) disse que a disputa entre os argumentos contra e a favor da reforma nos meios de comunicação é desigual. O parlamentar afirmou ainda que o Brasil não terá uma democracia plena enquanto poucos grupos político-econômicos forem responsáveis pelo controle dos meios de comunicação no país.
A organização do ato estima que 100 mil pessoas ocuparam as ruas do Rio de Janeiro na última quarta-feira (15) para dizer não à Reforma da Previdência. A expectativa é que a votação da Proposta de Emenda à Constituição da Previdência (PEC 287) seja votada na Câmara dos Deputados até o mês de maio. (pulsar)