Em consequência, ocorrerão eventos extremos durante o aumento de marés e tempestades fortes. “Há indicadores de que, com qualquer grau de aquecimento global, eventos que ocorriam uma vez a cada século no passado ocorram a cada ano em diversas regiões, aumentando o risco para muitas cidades costeiras abaixo do nível do mar e regiões insulares”, alerta o relatório. Sem investimentos, estas áreas podem ser expostas a progressivos riscos de enchentes e algumas regiões insulares podem se tornar inabitáveis.
O documento aponta ainda que glaciares, neve, gelo e o gelo permanente do subsolo estão diminuindo e continuarão a diminuir. Na Europa, leste da África, Andes tropicais e Indonésia, pequenas geleiras perderão mais de 80 por cento de sua massa até 2100, nos piores cenários de emissão. Isto aumentará o risco para as pessoas, com deslizamentos de terra, avalanches, desabamentos de pedras e enchentes. “Mudanças no fornecimento de água não afetarão apenas as pessoas das regiões de montanhas mas também comunidades distantes”, afirmou Panmao Zhai, vice-presidente de um dos grupos de trabalho do IPCC.
O relatório reforça que uma parte do gelo do Ártico diminui todo mês e está ficando muito mais fino. Se o aquecimento global continuar nos níveis atuais, o Oceano Ártico pode ficar sem gelo algum apenas daqui a 100 anos mas se o aquecimento chegar a 2º C, isto pode ocorrer em dois ou três anos.
Mesmo se o aquecimento global for limitado a ficar abaixo de 2º C, cerca de um quarto desta camada irá diminuir entre 3 e 4 metros de profundidade até 2100. Se as emissões de gás carbono continuarem a aumentar, há potencial de que 70 por cento do gelo permanente do subsolo se perca.
O estudo aponta a urgência de priorizar rapidamente uma ação ambiciosa e coordenada para enfrentar as mudanças sem precedentes que estão ocorrendo nos oceanos e na criosfera. O documento lembra ainda os benefícios de adaptação efetiva e ambiciosa para o desenvolvimento sustentável e, por outro lado, os custos e riscos na demora em agir. (pulsar/onu)