Redação
Os Grupos de Trabalho (GTs) do Gabinete de Transição do governo Lula encerraram as atividades na última terça-feira (13). Além de produzir um diagnóstico da atual situação do Estado brasileiro, ao longo dos últimos 30 dias, os 32 GTs e dois conselhos da equipe também elaboraram propostas de medidas a serem adotadas pelo futuro governo a partir de janeiro de 2023.
De acordo com os números oficiais, mais de 900 profissionais de diferentes áreas participaram do processo. Contudo, segundo o coordenador do gabinete e vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), “se contar a participação à distância, foram mais de cinco mil pessoas que deram suas contribuições voluntárias”.
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Segundo o coordenador dos GTs, Aloizio Mercadante, o relatório entregue entre domingo (11) e terça-feira contém 23 páginas de “revogaço” de atos de Bolsonaro. O futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) explicou que os documentos dos GTs serão encaminhados para os futuros ministros, que serão nomeados em janeiro pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Mercadante, caberá aos ministros decidir se acatam ou não as recomendações dos GTs.
Ainda de acordo com Mercadante, em primeiro lugar, o governo trabalhará para sanar os problemas mais imediatos.
“A situação é difícil, mas os diagnósticos são muito precisos. Quem viu o que nós vimos sabe da situação”, alertou.
“Quem está pagando a conta desse apagão fiscal são os pobres, aqueles que mais precisam. Aqueles que precisam do Estado, que precisam de políticas públicas de qualidade. Eles é que estão pagando a conta desse apagão fiscal que se espalhou por toda a Esplanada”, complementou o coordenador.
Dignidade
Em discurso durante a cerimônia de encerramento dos GTs, Lula reafirmou seu compromisso com a “recuperação da dignidade” do povo brasileiro. Segundo o presidente eleito, as prioridades de seu governo serão: o combate à fome, o investimento em educação básica e garantia do acesso às especialidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Nós provamos que é possível governar para todos de verdade. E governar para todos de verdade significa que o crescimento do PIB não é um número a ser utilizado em manchete de jornal. O crescimento do PIB só tem sentido se a gente distribuir o crescimento com aqueles que produziram o crescimento que é o povo trabalhador desse país”, declarou o petista.
Ministros
Na última semana, Lula anunciou os nomes dos primeiros ministros de seu governo. O ex-ministro Fernando Haddad (PT) assumirá o comando do Ministério da Fazenda, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), a Casa Civil, e o senador eleito Flávio Dino (PSB), o Ministério de Justiça e Segurança Pública. José Múcio Monteiro (sem partido) será o responsável pela Defesa e o ex-chanceler no governo Dilma, Mauro Vieira, chefiará o Itamaraty.
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Na terça-feira, o presidente anunciou que a cantora Margareth Menezes aceitou o convite para ser a ministra da Cultura.
“Obrigado, companheira Margareth Menezes, por aceitar o convite de ser ministra da Cultura. Nos últimos anos, a cultura sofreu um desmonte no Brasil. E nós vamos honrar nosso compromisso de reconstruir e fortalecer o setor”, publicou nas redes sociais.
*Com informações da RBA
Edição: Jaqueline Deister