Facebook Twitter Instagram
    Agência Pulsar Brasil
    Facebook Twitter Instagram Whatsapp
    Amarc
    • Editorias
      • Gênero
      • Direitos Humanos
      • Política
      • Meio Ambiente
      • Internacional
      • Opinião
      • Comunicação
      • Geral
      • Cultura
    • Quem somos
    • Colunistas
    • Notícias da Rede
    • Outras agências
    • AMARC
    Agência Pulsar Brasil
    Você está aqui:Início » Romaria dos Mártires da Floresta celebra a memória de ambientalistas assassinados no Pará
    Direitos Humanos

    Romaria dos Mártires da Floresta celebra a memória de ambientalistas assassinados no Pará

    Em sua sexta edição, evento é realizado totalmente on-line e conta com lives, webinários e podcasts
    maio 27, 2021Nenhum comentário4 min para ler
    As lideranças foram assassinadas há 10 anos no assentamento agroextrativista Praialta-Pinheira, em Nova Ipixuna, sudoeste do Pará (Foto: Felipe Milanez/IZM)

    “O Zé Claudio e a Maria foram defensores dos direitos humanos e da floresta”. É desse modo que Claudelice Santos, coordenadora do Instituto Zé Claudio e Maria, se refere ao irmão José Claudio Ribeiro da Silva e à cunhada Maria do Espírito Santo da Silva, ambos assassinados no dia 21 de maio de 2011 dentro do assentamento agroextrativista Praialta-Pinheira, em Nova Ipixuna, sudoeste do Pará. O casal de agricultores foi morto a tiros em uma emboscada a oito quilômetros de casa. As suspeitas são de que o crime tenha sido encomendado por madeireiros incomodados com as constantes denúncias feitas por Zé Cláudio e Maria sobre a extração ilegal de madeira e a grilagem de terras públicas da região.

    Apesar da dor e da saudade, 10 anos após o crime, a luta dos ativistas segue forte e renovada através da “Romaria dos Mártires da Floresta”. Um evento anual organizado coletivamente por movimentos e organizações sociais que fazem questão de celebrar a vida e memória de Zé Claudio e Maria.

    Leia mais: Garimpo, crime organizado e coronavírus: as velhas e novas ameaças às comunidades indígenas na Terra Yanomami

    Segundo Claudelice, logo nos anos seguintes à morte do casal foram realizados atos públicos nos quais prevalecia o tom de indignação e de cobrança por investigações pelo assassinato. No entanto, conforme ela conta, com o passar do tempo, os grupos responsáveis pela organização dos atos sentiram a necessidade de transformar a data em momento também de esperança. Claudelice recorda que Zé Claudio e Maria eram católicos e que a fé sempre esteve presente na luta dos dois em defesa da floresta e dos diretos humanos. Por isso, em 2016, surge a ideia de realizar as romarias dos mártires.

    “Muita gente pergunta: ‘Por que romaria se eles não eram santos?’. De fato eles não eram. E a nossa pretensão não é torná-los santos, mas sim levar para sempre a mensagem de fé, esperança e amor que eles tinham. Não deixar isso cair no esquecimento e honrar essa memória, essa visão de fé, esperança e amor pela natureza, pelo outro, pela humanidade” explica a irmã de Zé Claudio.

    Segundo a coordenadora do Instituto Zé Claudio e Maria, a romaria saía do local onde ocorreu o crime até a casa onde o casal vivia. O ato de dois dias era encerrado aos pés da “majestade” que permanece até hoje no lote. Majestade é o apelido dado às enormes castanheiras típicas da região amazônica e quase extintas no sudeste e sul do Pará. As primeiras edições da romaria atraíam centenas de participantes de todo o estado.

    Contudo, devido a pandemia de Covid-19, desde 2020 o evento teve que ser adaptado para o ambiente virtual. Neste ano, em sua sexta edição, a programação conta com inovações como lives de rodas de conversa, webinarios e um podcast especial que rememora o legado deixado por Maria e Zé Claudio. As atividades começaram no dia 20 de maio e seguem até o dia seis de junho. Apesar das mudanças, Claudenice garante que o espírito da Romaria permanece o mesmo.

    “Não perder o esperançar! Era isso que Zé Claudio e Maria falavam. Não perder a fé de que teremos dias melhores, que conseguiremos manter nossas florestas, nossos rios. Que conseguiremos manter nossos povos com direitos e dignidade. Mas para isso, é preciso ter a ousadia de continuar lutando. Nós precisamos refletir sobre as formas de violência em que os povos são cometidos e ser ousados nas nossas lutas” conclui.

    6ª Romaria dos Mártires da Floresta (Arte: divulgação)

    Impunidade

    Além de semear a esperança e celebrar a memória de Zé Claudio e Maria, a “Romaria dos Mártires da Floresta” também tem servido para cobrar justiça das autoridades. Em primeiro lugar porque anos antes do crime, o casal já denunciava amplamente as ameaças de morte que recebiam, tanto em boletins de ocorrência como em entrevistas e depoimentos a veículos de comunicação. Todavia, segundo a irmã de Zé Claudio, nenhuma providência foi tomada pelas autoridades públicas para garantir a segurança dos agricultores e impedir o crime.

    Após 10 anos, o mandante do duplo homicídio segue foragido da justiça. Segundo Claudenice, dois executores foram condenados e presos em 2013. Já o mandante, José Rodrigues Moreira, encontra-se foragido desde 2016, quando foi condenado a 60 anos de prisão. Diante da impunidade, movimentos sociais lançaram um manifesto e estão recolhendo assinaturas para cobrar justiça das autoridades públicas estaduais e federais.

     

    crime direitos humanos floresta lideranças meio ambiente pará
    Compartilhe! Facebook Twitter WhatsApp
    Filipe Cabral

    Repórter da Agência Pulsar Brasil.

    Posts Relacionados

    Congresso “passa a boiada” e aprova medidas que põem em risco o futuro do meio ambiente no Brasil

    “Nunca mais”: aniversário do golpe militar é marcado por ações em defesa da democracia, memória e verdade

    Organizações e movimentos sociais exigem anulação da liberação de cultivo e comércio de trigo transgênico no Brasil

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    Mais recentes
    maio 29, 2023

    Governo Federal abre consulta pública sobre política nacional de educação midiática

    maio 26, 2023

    Vencedora do Nobel da Paz visita associada da Amarc em Pernambuco

    maio 25, 2023

    Congresso “passa a boiada” e aprova medidas que põem em risco o futuro do meio ambiente no Brasil

    maio 24, 2023

    Encceja 2023: inscrições abertas até o dia 2 de junho

    Mais lidos
    • A banalização da violência pelos meios de comunicação
    • Vencedora do Nobel da Paz visita associada da Amarc em Pernambuco
    • Violência contra a mulher: Brasil ocupa 5° lugar no ranking mundial de feminicídios
    • Projeto de mineração no Piauí ameaça 1.500 famílias do maior quilombo do Nordeste
    • Congresso “passa a boiada” e aprova medidas que põem em risco o futuro do meio ambiente no Brasil
    Internacional
    maio 18, 20230

    Cristina Kirchner confirma que não será candidata à presidência nas eleições argentinas

    Internacional
    maio 11, 20230

    Suprema Corte da Argentina suspende eleições para governadores em províncias onde candidatos apoiados por Alberto Fernández são favoritos

    Internacional
    abril 20, 20230

    Pressão sobre o preço do dólar impacta economia Argentina

    Geral
    abril 17, 20230

    Enem 2023: Aberto o prazo para pedidos de isenção da taxa de inscrição

    Internacional
    abril 13, 20230

    Na Argentina, organizações sociais e sindicais realizam protesto contra a política econômica do governo

    Comunicação
    abril 11, 20230

    Brasil de Fato e NPC promovem seminário sobre a comunicação dos trabalhadores

    • Facebook
    • Twitter
    Agência Informativa Pulsar Brasil
    Um programa da Amarc Brasil

    QUEM SOMOS contato@agenciapulsarbrasil.org

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.