Redação
Na semana em que foram comemorados os 200 anos de independência do Brasil, milhares de pessoas de todas as regiões do país foram às ruas participar das manifestações da 28ª edição do “Grito dos Excluídos e das Excluídas”.
Sob o tema permanente “Vida em Primeiro Lugar”, o lema da mobilização em 2022 foi “Brasil: 200 anos de (in)dependência. Para quem?”, em referência aos setores da população historicamente desprezados pela “pátria amada Brasil”, como os povos negros, LGBTQIA+, mulheres, quilombolas, indígenas, populações rurais, periféricas e em situação de rua.
De acordo com a organização do evento, foram registradas manifestações em pelo menos 51 cidades de 25 estados brasileiros. Além de reivindicar direitos fundamentais como trabalho, moradia, terra, comida e democracia, os manifestantes também defenderam a construção de um projeto popular para o país.
Assim como nas edições anteriores, a mobilização foi realizada paralelamente aos desfiles militares do sete de setembro e contou com a participação de estudantes, trabalhadores, movimentos populares rurais e urbanos, centrais sindicais e pastorais da Igreja Católica. Em diversas cidades, os protestos contaram também com ações solidárias como distribuições de alimentos e partilha de refeições.
Manifestações
Em São Paulo, por exemplo, o “Grito dos Excluídos” ocupou a Praça da Sé, no centro da capital, e foi aberto com o oferecimento de um café da manhã à população em situação de rua. No Rio de Janeiro, a cidade amanheceu com com uma enorme faixa nos Arcos da Lapa, na qual se lia “Independência é um Brasil sem fome”, assinada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragem (MBA), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Movimento Unido dos Camelôs (MUCA).


Ainda na capital fluminense, os manifestantes caminharam da Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, até o Cais do Valongo, na região portuária. O ato foi encerrado com a leitura da Carta dos Excluídos, no local onde desembarcaram mais de 40 milhões de pessoas escravizadas trazidas da África para o Brasil.
Para evitar possíveis conflitos com atos bolsonariStas convocados para o sete de setembro, em Brasília, as manifestações foram adiadas para o próximo sábado (10), com concentração em frente ao Museu Nacional.
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De acordo com a organização do “Grito Excluídos e Excluídas”, além de Rio e São Paulo, foram registradas mobilizações no Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Histórico
Realizado desde 1995, o “Grito dos Excluídos e Excluídas” ocorre todos os anos no dia sete de setembro. O evento reúne pessoas de populações vulnerabilizadas que se consideram socialmente e historicamente excluídas. Originalmente promovido pela Igreja Católica, o Grito reúne, além de movimentos populares, diferentes manifestações religiosas.
*com informações da Agência Brasil
Edição: Jaqueline Deister